RÁDIOS

MS

Campanha quer incentivar empoderamento feminino na política

De acordo com Luciana Azambuja, a meta da campanha para o mês da mulher é alcançar 10 mil pessoas

Por Redação
02/03/2018 • 08h00
Compartilhar

No ano em que a conquista do voto feminino completa cem anos, a Subsecretaria de Políticas Públicas para as Mulheres de Mato Grosso do Sul lançou na tarde desta quinta-feira (1º), no auditório da Governadoria, a campanha “O protagonismo das mulheres sul-mato-grossenses – mais direitos, mais participação, mais poder”. A iniciativa visa o empoderamento feminino por meio da representatividade, com as mulheres ocupando espaços de poder, e foi lançada em alusão ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher.  

“Nesse ano eleitoral vamos mostrar que somos maioria na população, na força de trabalho, no eleitorado e incentivar as mulheres a se filiar nos partidos políticos para aumentar a representatividade”, declarou a titular da Subsecretaria, Luciana Azambuja.

De acordo com ela, a meta da campanha para o mês da mulher é alcançar 10 mil pessoas. “Vamos levar informação, educação e conhecimento sobre os direitos para efetivar, multiplicar e fortalecer as políticas públicas para as mulheres”, afirmou.

A meta da campanha para o mês da mulher é alcançar 10 mil pessoas.

Secretário de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel ressaltou o trabalho de fortalecimento das questões envolvendo igualdade de gênero. “O Governo do Estado fez questão de implantar, manter e potencializar um trabalho para reduzir as desigualdades e injustiças contra as mulheres”, disse. Ele lembrou que esse trabalho requer esforço conjunto de toda a sociedade.

O secretário de Estado de Cultura e Cidadania, Athayde Nery, destacou a importância da conscientização da sociedade em relação à liberdade das mulheres, inclusive, nas questões de relacionamento. “Precisamos construir esse diálogo do ponto de vista do empoderamento das mulheres”, defendeu. 

Representando a Assembleia Legislativa de MS, a deputada Mara Caseiro, enfatizou “que a maneira como o Governo tem tratado a questão de gênero tem feito a diferença na sociedade”. Ela declarou que a Casa de Leis segue trabalhando pela elaboração de leis que assegurem os direitos femininos.

Sobrevivente de feminicídio

O lançamento da campanha contou com o relato da operadora de caixa B.S., de 28 anos, que sobreviveu a uma tentativa de feminicídio pelo ex-marido, em novembro do ano passado. Ele está preso pelo crime e ela sofre as sequelas da violência até hoje. “No começou meu relacionamento era maravilhoso, mas aos poucos foi mudando e quando me dei conta estava levando tapas e sendo agredida”, relembrou.

Ela contou que após a separação a situação piorou e o ex-marido tentou matá-la enquanto dormia. Conforme a jovem, as agressões foram feitas com um capacete, um pé de cabra e atropelamento. Ela teve de ser submetida à cirurgia no braço e passou dias internada. Atualmente, ainda não recuperou por completo os movimentos. “Minha mensagem a quem passa por situações de violência é não se sinta sozinha, nem culpada. Procure ajuda porque vocês não estão sozinhas”, disse. Hoje, a jovem recebe atendimento no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), do Governo do Estado.

Formação nos municípios

Participaram do lançamento da Campanha representantes de coordenadorias de políticas públicas para as mulheres de diversos municípios do interior do Estado. Em 40 municípios, a Subsecretaria Estadual atuou na formação de multiplicadores para criar uma ampla rede de atendimento às mulheres.

“As pautas femininas vão muito além da questão doméstica. Só ocupando espaços de poder é que as mulheres vão conseguir ser vistas de outra forma”, opinou a advogada Rhaissa Espíndola, de 30 anos, gestora da Coordenadoria de Políticas Públicas, em Amambai.

Ela conta que as campanhas feitas em parceria com o Estado já estão surtindo efeito e o município tem desenvolvido diversas políticas para assegurar a segurança, os direitos e até a inserção das mulheres vítimas de violência no mercado de trabalho. “A gente tenta fazer um atendimento multidisciplinar”, pontuou.

No evento, foram realizadas também duas rodas de conversa com mulheres representantes de diversos poderes e segmentos organizados da sociedade que lutam pela igualdade de gênero. (Com informações da Subcom)

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.

Mais de MS