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Corumbá celebra o romantismo em desfile

Apuração dos votos da comissão de jurados nos desfile das escolas de samba, blocos e cordões carnavalescos ocorrerá nesta quarta-feira (14)

Por Redação
14/02/2018 • 08h30
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Depois de seis dias de muito samba no pé e recorde de público na Avenida General Rondon, onde desfilaram as dez escolas de samba, blocos oficiais e de sujos, o carnaval de Corumbá se rende aos tempos das marchinhas, do romantismo representado pelas alas das pastoras e o corso e a presença dos cordões, que surgiram em 1870 no País, com seus estandartes e roupas características.

Foi o Carnaval Cultural, uma proposta local para resgatar as antigas festas carnavalescas que surgiram no início do século passado. Nos últimos anos, a programação da folia pantaneira reservou o último dia de carnaval, a terça-feira, para mostrar antigas manifestações que deram origem as celebrações atuais do período momesco, primando pela originalidade dos blocos de palhaços, dos marinheiros e de frevo, alas, cordões e bonecões.

Ala das pastorinhas faz parte do resgate do antigo carnaval em Corumbá. Foto: Sílvio Andrade

Corumbá realizou um dos mais animados carnavais dos últimos tempos, sustentando a fama de promover a melhor festa do interior do Brasil. Mais de 30 mil pessoas, em média, lotaram a passarela do samba todos os dias para assistir aos desfiles das escolas de samba e blocos e assistir aos shows no palco armado na Praça Generoso Ponce. A prefeitura estima que o período movimentou R$ 12 milhões no comércio local.

Comparsas bolivianos

A programação desta terça-feira (13) começou às 12 com a última roda de samba no porto-geral, com quatro horas de show da Banda Samba Bom. Às 17h, baile infantil com banda local na Praça da Independência, centro da cidade. O desfile cultural, na Avenida General Rondon, teve início às 19h, com a apresentação especial o grupo Comparsas Bolivianos. Em seguida, a Corte de Momo abriu a passagem dos bonecões, que representam personalidades locais.

Bloco de frevo anima a Avenida, com alunos da Escola de Dança de Corumbá, e agita o Carnaval Cultural. Foto: Sílvio Andrade

O desfile de corso, com a participação de carros antigos e enfeitados foi uma das atrações da noite. Na sequencia, ao som de marchinhas, surgiram as alas de pastoras e dos marinheiros, acompanhadas de banda de sopro. O bloco de frevo esquenta a avenida, mas o ritmo eletrizante logo foi quebrado pelo “passeio” dos cordões, acompanhados por instrumentos de percussão.

O primeiro cordão a se apresentar na passarela do samba foi o Paraíso dos Foliões, criado em 1933. Na sequência desfilaram Cinelândia, criado em 1960; Flor de Corumbá, fundando em 1933; e, finalizando o desfile, o Cravo Vermelho, criado em 1944. A presença do bloco dos palhaços, com centenas de participantes, fechou a noite em grande estilo e alegria. O carnal corumbaense finalizou com dois shows nacionais: bateria da Gaviões da Fiel e o grupo Revelação.

Bloco dos Palhaços reúne centenas de foliões e encerrará o Carnaval Cultural. Foto: Sílvio Andrade

Segurança, nota 10

O corumbaense e o turista vivenciaram um dos carnavais mais seguros este ano. A Polícia Militar reforçou o seu efetivo com 100 policiais enviados de Campo Grande, incluindo grupo de cavalaria, e a prefeitura contratou empresa privada com 160 seguranças, além da presença da Guarda Municipal, com 80 homens e mulheres. “Sem dúvida, um dos carnavais mais tranquilos, com pequenas ocorrências por embriaguez ou posse de entorpecentes”, informou o tenente César Freitas, da secretaria municipal de Segurança e Defesa Social.

Em nota, o Comando de Policiamento de Área 3 e do Comando do 6º Batalhão da Polícia Militar de Corumbá informaram que “a realização dos festejos de carnaval ocorreram totalmente dentro da normalidade para um evento deste porte”. Sobre um homicídio ocorrido no circuito do samba, a PM esclareceu que o fato não comprometeu a segurança do evento. O que ocorreu foi um fato isolado, segundo a nota, “tratando-se de um acerto de contas”.

Vila Mamona defendeu o enredo “A caixa se abriu e a Vila te pergunta: do que você tem medo?”. Foto: Renê Carneiro/PMC

Escolas brilharam

O segundo e último dia de desfile das escolas de samba, na segunda-feira (12), superou a garoa fina que caiu na cidade e coroou o trabalho das agremiações, que proporcionaram um grande espetáculo na Avenida. A decisão de manter as escolas em apenas um grupo, em igualdade de condições, estimulou as pequenas e esse critério deve perdurar em 2019, segundo o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá (Liesco), Zezinho Martinez.

A primeira escola a desfilar foi a Estação Primeira do Pantanal, que contou a história da bailarina corumbaense Ana Paula Honório apresentando um espetáculo de dança na Avenida. A Marquês de Sapucaí reviveu os seus 30 anos de fundação exaltando figuras nacionais ligadas à folia. A Vila Mamona, terceira a desfilar, passou por cima dos problemas técnicos em carros alegóricos e fez um desfile impecável. No mesmo nível, a Império do Morro entrou na disputa pelo título.

A apuração dos votos da comissão de jurados nos desfile das escolas de samba, blocos e cordões carnavalescos ocorrerá nesta quarta-feira (14), na Avenida General Rondon, a partir das 16h. (Com informações da Subcom)

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