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Doze anos após ser alfabetizada, mulher se forma em Letras pela UEMS

Gilvania é carioca, chegou ao Mato Grosso do Sul, em Ponta Porã, em 1984, acompanhando o marido, que é policial militar

Por Redação
02/02/2018 • 18h00
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“Aos 42 anos eu aprendi a ler e a escrever e aos 54, diploma! Formada professora de Português, Espanhol e Literatura. É muita honra, muita honra!”, enfatiza Gilvania Ferreira Santos, formada na cerimônia de Colação de  Grau que ocorreu nesta quinta-feira (1º) e diplomou 59 profissionais licenciados em Letras Português/Inglês e Espanhol, Física, Química, Pedagogia, Matemática e Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

Gilvania é carioca, chegou ao Mato Grosso do Sul, em Ponta Porã, em 1984, acompanhando o marido, que é policial militar. Em 2006 decidiu entrar em aulas de alfabetização, no ano seguinte se mudou para Dourados e entrou nas aulas da Educação de Jovens e Adultos (EJA), onde cursou do 5º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio.

Ela tinha medo de fazer o Enem, mas enfrentou e passou em duas universidades.  “Optei pela UEMS e entrei pelas cotas para negros, que são maravilhosas e dão muitas oportunidades, e ganhei também a bolsa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID).  A UEMS é uma mãe, eu amo a UEMS! Os professores são excelentes, são pessoas humanas e amorosas! Eu só tenho a agradecer, o que aconteceu de melhor na minha vida foi ter entrado para estudar na UEMS, todas as portas se abriram para mim”, ressaltou.

Para o reitor, Fábio Edir dos Santos Costa, essa é a maior marca da UEMS. “Eu tenho maior orgulho! Nós somos uma Universidade onde tudo o que é humano pulsa. Onde se celebra a diversidade, uma Universidade que chora com quem chora e sorri com quem se alegra. O que nós estamos vivendo hoje só tem significado concreto se a gente for capaz de olhar para trás e se der conta que, para chegar até aqui, tivemos que fazer muita coisa e, principalmente, sentir muita coisa”, enfatizou.

E não só Gilvania que é UEMS; seus três filhos também, o caçula faz Engenharia Física, a filha se formou em Enfermagem e, no mesmo ano que a mãe, o filho Guilherme Ferreira Baltar, se formou em Química.

“Eu me sinto muito feliz, porque isso para mim foi uma grande conquista e para a minha mãe, que está com 54 anos, é uma conquista maior ainda, eu fico feliz por mim e por ela também. Ensinar é nossa vocação: essa sempre foi uma paixão minha, eu sempre quis ser professor, e minha mãe sempre ajudou na igreja a dar aula para as crianças e na faculdade ela optou por fazer Letras”, destacou o licenciado em Química pela UEMS.

Gilvania não quer parar por aqui, ela foi “picada” pelo amor aos estudos e sonha em se especializar em literatura ou linguística, depois fazer mestrado e doutorado. “Quero continuar, peguei gosto pelos estudos! E digo para quem parou: ‘volte correndo, porque é apaixonante estudar!’. É um desafio, é preciso muita dedicação, mas não tem coisa melhor do que estudar nesta vida, não tem. Valeu a pena eu ter enfrentado”, finalizou a apaixonada por aprender e ensinar. (Informações Notícias MS) 

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