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Editorial:Azambuja na boca da JBS

Por Redação
27/05/2017 • 17h50
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O governador Reinaldo Azambuja, PSDB, não teve uma boa semana. Apontado pelo empresário Wesley Batista como beneficiário de recursos oriundos de propina, o chefe do executivo estadual passou a dar explicação na imprensa e a percorrer instituições representativas, jurando inocência. Mas foi dentro da própria casa que Azambuja sofreu o maior golpe. Os produtores rurais, indignados com as revelações, chegaram inclusive a pedir o afastamento dele do cargo. E esse foi justamente o setor que mais contribuiu para a eleição de Azambuja em 2014. 

O governador ainda viu ser aberta na Assembleia Legislativa, uma Comissão Especial que já está apurando os fatos divulgados e, se for o caso, pode até pedir o impeachment do governador. O clima na governadoria não foi dos melhores durante a semana que passou. Ser um dos governadores apontado por um delator da JBS como beneficiário de propina não é, politicamente, um bom negócio.
Azambuja tinha acabado de ver seu principal adversário político, André Puccinelli, PMDB, tirar da canela, uma tornozeleira eletrônica. O Italiano vinha de uma semana péssima também no âmbito político. Para muitos, o atual governador de Mato Grosso do Sul, já nem teria mais adversário na batalha pela reeleição em 2018. Mas aí vem o Wesley e iguala tudo novamente. As revelações que incluíram ainda Zeca do PT e Puccinelli, evidenciaram claramente que o estado capenga de bons líderes. Wesley afirmou que o pagamento de propina começou em 2002 e perdura até os dias atuais. E mais: afirmou ainda que não é um esquema mantido só pela JBS. Segundo ele, essa é uma prática comum aqui no estado com frigoríficos grandes e pequenos. 

Mas nada é tão ruim que não possa piorar. A delação feita pelos donos da JBS é tão séria que, apesar dos esforços, Azambuja, não conseguiu, ainda, convencer a opinião pública de sua inocência. Wesley deu detalhes de negociatas que ele e o irmão Joesley fizeram com Zeca do PT, Puccinelli e com o próprio Reinaldo Azambuja. O atual governador foi acusado de emitir notas frias de gado e de receber R$ 10 milhões em dinheiro na governadoria. Caso provem o que disseram, é provável que a vida política do atual governador de Mato Grosso do Sul que foi eleito defendendo uma plataforma pautada na ética e na moralidade, possa ficar muito complicada. O mesmo caminho devem seguir os dois governadores que o antecederam no cargo. Mas é bom ficar de olho já que uma nova semana começa na segunda feira e diante de tantos escândalos, é bom não perder a próxima notícia.

 

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