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IHGMS lança livros da 'Série Eu Sou História'

Capas das publicações do Instituto Histórico, que serão destinadas a escolas a bibliotecas do Estado

Por Redação
23/06/2018 • 08h48
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O Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHGMS) lançará na próxima quarta-feira (27), seis livros – sendo dois inéditos e quatro atualizados e revisados -da Série Eu Sou História, no Auditório Acyr Vaz Guimarães, Avenida Calógeras, 3000, às 19 horas. A série conta com financiamento do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e Prefeitura Municipal de Campo Grande. Como se trata de financiamento público e edição do IHGMS, entidade sem fins lucrativos, a Série será doada às escolas e bibliotecas municipais.

Os livros da Série Eu Sou História se constitui de breves relatos testemunhais sobre temas diversos: lugares, paisagens e, principalmente, pessoas. Na apresentação o presidente do IHGMS, Paulo Cabral, ressalta: “Não há preocupação com o rigor formal, mas tão somente com o registro de vivências, com o resgate da memória possível. São cidadãos comuns, leigos, que instados por uma motivação interior, decidem assumir o compromisso de escrever sobre alguém ou algum assunto que mobiliza suas lembranças, suas emoções e tudo o mais que o tempo permitiu conservar”,  Dona Tomazia Leite Rondon – Grande alma! Grande mulher, de Pollianna Tomé e Nilson Thomé, ou simplesmente a Vó Thomazia, falecida aos 70 anos de idade em 13 de dezembro de 1944, é lembrada como alguém sempre preocupada com a filantropia, mulher que sabia o que era pobreza, a piedade e o sacrifício. O seu féretro, saído de casa, teve que ir direto para o cemitério, sem poder adentrar no interior da Igreja Matriz de Santo Antônio, tal o grande número de pessoas que ali se aglomeraram para se despedir da benfeitora. Esse é o primeiro livro inédito.

Na segunda publicação inédita, Dra. Doraci Cunha Ramos, autobiografia, a autora reflete aspectos da família, infância, adolescência, juventude e maturidade. Destaca o grande objetivo que norteou seu depoimento: “Deixar consignadas as lembranças de uma vida bem vivida para a juventude que compõe a esperança do meu querido Brasil, que servirão para uma boa reflexão. Podemos tropeçar no erro, porém nunca persistir nele, pois é errando que aprendemos nos levantar e a crescer em nossos intentos”
Petronilha, Trabalho e Cidadania, de Lygia Peregrino Morales, é a história comovente de Petronilha Pereira da Silva, nascida em uma fazenda provavelmente em 1938, no município de em Camapuã, onde cresceu e casou-se. Mudou-se mais tarde para Campo Grande e, para ajudar o marido no sustento de seis filhos, fazia panos de prato, crochê e ainda trabalhava em faxina em casas de família. Um de seus depoimentos: “Campo Grande é cidade de gente generosa, gente boa, nunca tive ninguém que me maltratasse, só ajudas e coisas boas e oportunidades para criar minha família”.

Ana Marques da Silva é a autora de Árvores de Campo Grande, Um olhar diferente. São textos curtos acompanhados de fotos destacando aspectos relevantes e curiosos das mais variadas árvores. Como este: “As raízes se juntaram para formar, no centro, uma orelha, que parece sintonizada no canto dos passarinhos, ao entardecer, exaltando a mágica alegria da vida”.

Campo Grande, A minha cidade, de Lygia Peregrino Morales (org.), é um conjunto de relatos sobre onze personalidades femininas. Uma delas, Deolinda Bravo da Costa, é nascida em Angola, África, filha de mãe de sangue nobre, princesa,  que acabou emigrando para o Brasil, por causa da crise em seu país. Casada com um português, a família desembarcou em Recife, passou pelo Rio de Janeiro e São Paulo para, finalmente, fixar residência em Campo Grande. 

O sexto e último livro é Vila Carvalho, Alguns personagens de Rosaura Ferreira de Oliveira. A autora afirma que, na busca de fatos que contassem a história de Vila Carvalho – bairro próximo do Horto Florestal – traça o perfil de moradores antigos. Como o depoimento de Rodolfina Benites Duque: “Eu moro aqui há trinta e sete anos e ali onde está aquele galpão (disse apontando em frente à sua casa), há trinta anos era um bordel, o bordel da Inhazinha. Era muito ruim para nós, de família, pois assim que a tarde caía não dava para ficar aqui fora”. 

Portanto, como observou Paulo Cabral, na apresentação de todos os livros, “que mais gente se proponha a sistematizar o registro de suas lembranças, a contar a sua história vivida ou a de outrem, trazendo à luz personagens comuns que, embora despidas das carregadas cores heroicas dos grandes vultos, são ícones no âmbito das coletividades em que atuaram, porque distinguiram-se com o seu trabalho, participaram ativamente do seu tempo, fizeram História”.    

 

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