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Intervenção federal na segurança do Rio cria debate em Mato Grosso do Sul

Autoridades e instituições se manifestaram sobre o tema. Para Azambuja, a intervenção deveria acontecer nas fronteiras de MS

Por Lucas Mamédio
04/03/2018 • 10h17
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A intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro - decretada no fim de fevereiro pelo presidente Michel Temer - vem causando polêmica entre autoridades e instituições de Mato Grosso do Sul. Um dos primeiros a se manifestar foi o governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Ele afirmou em entrevista à Rádio CBN Campo Grande 93,7 MHZ, que se solidariza com o povo carioca, porém pensa ser mais necessário uma intervenção em nossas fronteiras. “O governo federal é omisso com as fronteiras brasileiras. Você entra em qualquer país do mundo, quem faz a segurança são os governos federais [...] você entra no Brasil, está tudo escancarado,” disse Azambuja.

Quem sente na pele a fragilidade das fronteiras sul-mato-grossenses são os policiais da Polícia Rodoviária Federal. São cerca de 400 policiais lidando com 1.600 quilômetros de fronteira seca. Só em 2017 foram apreendidas mais de 200 toneladas de maconha e 83 armas. Sem falar nas 483 pessoas presas. 
“A maior dificuldade da PRF passa pelo efetivo”, afirma o diretor de comunicação em MS, inspetor Tercio Bággio.

Ainda em fase de testes, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) foi criado para auxiliar o combate aos crimes de fronteira. O projeto é uma iniciativa do Comando do Exército, em decorrência da aprovação da Estratégia Nacional de Defesa em 2008, que orienta a organização das Forças Armadas sob as orientações das normas monitoramento/controle, mobilidade e presença. Mesmo apresentando muitas dificuldades na execução, o chefe do centro de coordenação de operações do exército, o general Eduardo Paiva, não considera a intervenção federal em MS uma boa ideia. “Não é o caso de uma intervenção. Nós temos é que tomar diversas ações que estão previstas no Sisfron.”

A intervenção foi, inclusive, tema de debate na sessão da Assembleia Legislativa desta quinta-feira (1º). O deputado Maurício Picarelli (PSDB) qualificou a situação como “preocupante”. Já Eduardo Rocha (PMDB) disse que a violência urbana ultrapassou todos os limites e aterroriza moradores e visitantes.

Paulo Siufi (PMDB) reiterou que Campo Grande está entre as capitais brasileiras com maior índice de elucidação de crimes e exaltou as conquistas da segurança pública estadual. Pedro Kemp (PT) defendeu o “resgate histórico” para a compreensão da conjuntura no Rio de Janeiro.

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