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Mortes no trânsito caíram 21% no Estado, mostra estudo

Mesmo com melhora, 680 pessoas perderam as vidas nas vias sul-mato-grossenses em 2015

Por Valdeci Cremon
06/11/2017 • 16h01
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O Estado do Mato Grosso do Sul conseguiu a terceira maior redução de mortes em acidentes de trânsito em um ano, com uma queda significativa de 21%. Apenas o Rio de Janeiro (-24%) e o Amapá (-28%) atingiram um resultado melhor. 

Apesar da melhora, 680 pessoas perderam as vidas nas vias sul-mato-grossenses em 2015, das quais a maior parte é composta por motociclistas (38%), seguidos por motoristas (35%) e pedestres (15%). Ônibus e caminhões integram os 12% restantes. O índice de mortalidade por 100 mil habitantes permanece superior à média nacional, com 25,6. 
 
Apontado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como um dos países com trânsito mais violento do mundo, o Brasil registrou uma baixa histórica no indicador de mortalidade devido a acidentes. 

O índice de mortes por 100 mil habitantes recuou a 19,2 em 2015, o melhor resultado desde 2004. Em 2012, o indicador chegou a atingir 23,6. Os dados constam na quarta edição do relatório “Retrato da Segurança Viária”, desenvolvido pela indústria de cervejas Ambev e pela consultoria Falconi com o objetivo de auxiliar a elaboração de políticas efetivas de combate aos acidentes de trânsito. 

Números
 
O número absoluto de fatalidades também melhorou: de 2010, ano em que o Brasil aderiu a? Década de Segurança no Trânsito da ONU, a 2015, as mortes ocasionadas por acidentes nas ruas e estradas do país apresentaram redução de 16%. No mesmo período, as cinco regiões brasileiras apresentaram diminuição no número de mortes, sendo que, em termos absolutos, as áreas mais populosas representaram a parte mais significativa dessa queda. 
 
Apesar disso, o Brasil ainda vive uma situação alarmante: em 2015, 39.333 pessoas perderam a vida e outras 203.853 ficaram feridas no trânsito. O relatório informa que os acidentes já são a segunda causa de morte não natural no país. 

Gastos

Em 2015, gastou-se no Brasil cerca de R$ 19 bilhões de reais com óbitos e feridos no trânsito. Com esse dinheiro seria possível comprar mais de 145 mil ambulâncias, por exemplo, cujo custo médio é estimado em R$ 130 mil, ou ainda construir mais de 60 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS), às quais o Governo Federal estima um custo médio de R$300 mil cada.

Por região

A região Sudeste apresentou o maior número de mortes, com 13.141 em 2015. Apesar disso, é a que conta com o menor índice de óbitos por 100 mil habitantes, com 15,3, e reduziu o número absoluto de mortes em 17,8% desde 2010. 

A Nordeste vem em seguida, com 12.397 mortes totais e 21,9 óbitos por 100 mil habitantes, a Sul em terceiro lugar (6.071 e 20,8), a Centro-Oeste em quarto (4.107 e 26,6) e, por último, a Norte (3.627 e 20,8). 

Entre 2010 e 2015, no entanto, Nordeste e Norte seguiram na contramão das demais e registraram, respectivamente, crescimentos de 2,5% e 3,8% nos números absolutos de mortes no trânsito. 

No mesmo período, Sul reduziu os casos em 17,5% e Centro-Oeste em 8,5%. Na comparação com 2014, apenas quatro estados apresentaram aumento no número de vítimas: Roraima (+3%), Rio Grande do Norte (+2%), Paraíba (+5%) e Sergipe (+2%). 
 
Dentre as 10 capitais com maior número de óbitos no trânsito, São Paulo é a primeira com um total de 1082, mas a cidade conta com o menor índice por 100 mil habitantes (9,0). Ela é seguida por Fortaleza (620 e 23,9), Rio de Janeiro (610 e 9,4), Recife (527 e 32,6), Brasília (469 e 16,1), Teresina (436 e 51,6), Goiânia (432 e 30,2), Belo Horizonte (428 e 17,1), Salvador (316 e 10,8) e Manaus (311 e 15,1). 
 
A capital fluminense merece destaque por ter reduzido seu volume absoluto de fatalidades em 41% de 2014 para 2015. Salvador, Goiânia e São Paulo também apresentaram resultados significativos, com 19%, 19% e 18%, respectivamente. 
 
Maior risco

Mais uma vez, os motociclistas mostraram-se os mais vulneráveis à insegurança viária nacional, representando 39% das vítimas fatais, o que significam 12.126 das 39.333 mortes. Chama a atenção o fato de esse número ter quase dobrado em uma década, sendo que em 2004 o índice estava em 23%. Em seguida aparecem os usuários de automóveis (31%), pedestres (23%), bicicletas (4%) e caminhões e ônibus (3%). 
  
Os principais fatores de risco que influenciam diretamente na quantidade e na gravidade de acidentes de trânsito incluem excesso de velocidade; associação de bebida alcoólica e direção; uso de celular ao volante, não uso de capacete; não uso de cinto de segurança e não uso de equipamento de retenção de crianças.

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