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Nova assembleia não terá deputadas

Única a tentar a reeleição, Mara Caseiro disse que vai lutar para que colegas tucanos eleitos defendam causas das mulheres

Por Ronie Cruz
13/10/2018 • 09h21
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A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul não terá nenhuma mulher na próxima legislatura. Hoje há três mulheres na Casa: Mara Caseiro (PSDB), Antonieta Amorim (MDB) e Grazielle Machado (PSD).

Do trio, apenas Mara  tentou se reeleger. As condições ficaram difíceis com a "onda Bolsonaro", que elegeu sete deputados da coligação PSL, PPS, Solidariedade, PP, PTB, PSB e PMB. Situação admitida entre parlamentares.

Mesmo com mais de 23 mil votos recebidos, Mara Caseiro não conquistou vaga. Com 11 mil votos menos, o candidato Lucas de Lima, o "Lucas do Amor Sem Fim" (Solidariedade), se elegeu. “Esse é um erro do nosso sistema eleitoral, que já foi corrigido. Na próxima eleição, o sistema proporcional não será mais válido. O mais votado se elege. Porque é uma injustiça e não reflete o desejo da população”, disse Mara. 

A deputada lamentou a ausência de mulheres entre os eleitos. “Infelizmente, a Assembleia já não era representativa com relação à mulher. Nós tínhamos aqui uma representatividade em torno de 10% de mulheres enquanto que o eleitorado feminino no Estado é de 52%. Agora, ficou mais difícil. Há 84 anos nós nem podíamos votar. Ainda hoje ainda há um enfrentamento. A mulher precisa confiar mais na mulher”, enfatizou, citando que pretende voltar para Eldorado e se dedicar à carreira de dentista. 

O deputado estadual Felipe Orro (PSDB), reeleito pela segunda vez, disse acreditar que a ausência de mulheres não vá trazer prejuízo. “Não vejo dessa forma. Acho que somos todos iguais. Acho que a população não está vendo esse lado. Não é o sexo que define a pessoa ou o seu trabalho”, afirmou, acrescentando que também defende pautas para os dois gêneros.

Para o deputado reeleito Pedro Kemp, do PT, haverá prejuízo nas pautas específicas para mulheres. Ele afirma que é preciso defender as bandeiras do gênero. “É inadmissível a diferença salarial entre gêneros. Tem candidato à Presidência da República que diz que mulheres têm que ganhar menos que homens porque engravida. Esse pensamento machista é forte na sociedade", disse.

CAUSAS
Mara Caseiro - primeira suplente do PSDB, disse que vai pedir a colegas de partido defendam causas femininas. “A gente vai perder muito na defesa das causas das mulheres. As mulheres são diferentes. Nós mulheres sentimos na carne a discriminação e o preconceito. Por sermos mãe, somos mais sensíveis às causas sociais. Mas nós não vamos deixar de trazer para essa casa projetos que sejam importantes para as mulheres através dos deputados do PSDB”, finalizou.

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