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Para o Governo Federal, rota bioceânica não se limitará às exportações

Por Redação
01/09/2017 • 12h01
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A visita de representantes dos governos federal e estadual e empresários do setor de transporte de cargas ao Paraguai, Argentina e Chile, iniciada no dia 25 de agosto, foi extremamente positiva e não deixou dúvidas quanto ao compromisso do Brasil na construção da ponte sobre o rio Paraguai e o empenho de Mato Grosso do Sul em criar a nova rota do corredor bioceânico.

A avaliação é do coordenador-geral de Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Campo. Ele integra a caravana formada por mais de 80 pessoas, as quais completarão a viagem até a costa do Pacífico nesta sexta-feira (1º.9), em Assunção, percorrendo cerca de seis mil quilômetros em 29 caminhonetes.

A viagem, segundo ele, confirmou a ótima infraestrutura rodoviária e portuária do Chile e a rapidez com que a Argentina executa à pavimentação dos últimos 24 km do trecho do corredor em seu território, na fronteira com o Paraguai. Também destacou o esforço do Paraguai em asfaltar 600 km da rodovia do Chaco, cujo primeiro trecho, de 277 km, já foi licitado.

Além disso, percebemos, pela receptividade dos nossos irmãos latino-americanos, que existe uma expectativa não só da iniciativa privada, como das autoridades, mas também da população, na efetivação desse corredor, um desejo cultivado há muitos anos, comentou o representante do Ministério das Relações Exteriores.

Empenho do Governo de MS

Ele enfatizou, ainda, as articulações políticas de Mato Grosso do Sul para efetivar esta rota, citando o empenho do governador Reinaldo Azambuja e da bancada federal para que a construção da ponte tenha início o mais rápido possível. No entanto, alertou para o fato de que o sucesso comercial da rota não depende apenas de infraestrutura, mas de ordenamento aduaneiro.

É preciso medidas para definir regras aduaneiras para assegurar o livre tráfego de cargas, maior controle de bens e pessoas, que precisam, necessariamente, ser empreendidas nos próximos meses, comentou. O fortalecimento dos laços entre população, autoridades e setor privado é outro ponto fundamental, ainda há muito desconhecimento das potencialidades do projeto.

Ao realçar que a construção da ponte e o fácil acesso à costa do Pacífico representam uma mudança de paradigmas, João Parkinson disse que as transformações que vão ocorrer devem ser desenvolvidas pelas autoridades locais e não pelo governo central.

Os agentes locais devem assumir a liderança desse processo e levar adiante as modificações necessárias, como criar um ambiente para fomentar o turismo e incentivar outras áreas, como a produtiva, pontuou.

Sal de Salta, Argentina

A rota da integração, na sua opinião, não alavancará apenas a economia de Mato Grosso do Sul, do Centro-Oeste, e dos três países que integram o corredor com exportações, mas abrirá perspectivas de crescimento para novas correntes comerciais. Ele lembrou que Salta, na Argentina, é grande produtora de sal e pode atender a demanda do Estado.

Na visita que fizemos a Salta, descobriu-se que é possível exportar sal para atender a grande demanda de Mato Grosso do Sul, que traz o produto de Mossoró (RN), numa distância de três mil quilômetros, quando poderia ser suprido pela Argentina em um tempo de 14 horas, frisou.

Neste aspecto, segundo ele, o novo corredor não servirá unicamente aos países exportadores de commodities e terá apenas um caminho, o dos portos chilenos. É um projeto mais complexo, servirá as importações e exportações em todos os sentidos, será abrangente, atendendo demandas e acordos localizados, como a questão do sal, finalizou. 

(Notícias MS)

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