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Servidores ameaçam entrar em greve em Mato Grosso do Sul

Insatisfeitos com o reajuste proposto pelo governo do Estado, servidores não descartam greve

Por Ana Cristina Santos
04/07/2017 • 14h07
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Insatisfeitos com o reajuste proposto pelo governo do Estado de 2,94% a partir de outubro, trabalhadores de diversas categorias em Mato Grosso do Sul ameaçam entrar em greve. A proposta do governo estadual é de aumento linear, ou seja, o mesmo índice para todos os servidores estaduais.

Representantes de 39 sindicatos de trabalhadores do serviço público do Estado, se reuniram nesta segunda-feira (3), com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que apresentou a proposta de 2,94% de reajuste. Até então, o governo estadual tinha declarado reajuste zero para todas as categorias. No entanto, após manifestações e possibilidades de greve, a administração estadual voltou atrás e agendou uma nova rodada de negociação com os sindicalistas.

Após reunião realizada na Governadoria, representantes dos sindicatos informaram que vão levar a proposta para aprovação dos trabalhadores em assembleia a ser realizada por cada uma das categorias. Representantes de sindicatos já adiantaram que a proposta não agrada a categoria que recebeu a informação do percentual com vaias.  

“Esse índice irrisório é abaixo da inflação registrada de maio de 2016 a maio de 2017, que é de3,59% segundo o IPCA. Não vamos pagar pela má gestão e pela ‘crise’ que não permite a valorização do servidor, mas que incentiva a isenção do ICMS. Essa gestão é muito contraditória”, destacou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-MS), Giancarlo Miranda.

DEPUTADOS

O reajuste salarial dos servidores foi tema de debate na Assembleia Legislativa nesta terça-feira. O deputado Cabo Almi (PT) criticou o reajuste anunciado aos servidores estaduais. "Sabemos que 2,94% de aumento não corrige nem mesmo a inflação de um ano, que tem oscilado entre 4% e 5%, e essa situação é lamentável", declarou o deputado, que participou de reunião ontem com representantes dos servidores e do Governo.

Segundo Almi, todas as categorias estão descontentes e não descartam greves nos próximos dias. "É um absurdo essa atitude. O governador [Reinaldo Azambuja] discursou durante a reunião, mas se ausentou e pediu que seus secretários anunciassem esse reajuste vergonhoso", lamentou.

Líder do PMDB na Assembleia, Eduardo Rocha ressaltou que 17 estados brasileiros estão com dificuldades para pagar os salários em dia dos servidores e que a crise econômica exige cuidados redobrados dos gestores. "Claro que gostaríamos que fosse dado aumento de 4%, 5% ou mais aos nossos servidores, mas tudo deve ser feito com responsabilidade, até porque pagar em dia é o mais importante. Além disso, essa situação não é de hoje, mas o resultado de 13 anos de governo [Governo Federal], que nos trouxeram até os 14 milhões de desempregados em todo o País", afirmou.

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