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Trabalhadores protestam contra reformas do governo federal

Movimentos sindicais de Três Lagoas aderiram à greve geral de trabalhadores que aconteceu sexta-feira em várias cidades do país

Por Ana Cristina Santos
29/04/2017 • 08h08
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Trabalhadores de diversas categorias participaram nesta sexta-feira (28), em várias cidades do país, da greve geral convocada pelas centrais sindicais, em protesto contra as reformas Trabalhista e da Previdência, que tramitam na Câmara dos Deputados. Manifestantes bloquearam rodovias, conseguiram fechar agências bancárias e escolas, bem como interromper o transporte público em algumas cidades.

Em Três Lagoas, os movimentos sindicais interditaram trechos da BR- 158, interrompendo o tráfego de veículos para Brasilândia e Selvíria. A paralisação durou cerca de quatro horas e meia. A interdição teve início às 5h e encerrou às 9h30. Depois, os participantes se deslocaram para o centro da cidade, onde se concentraram na praça Senador Ramez Tebet. O ato foi encerrado com discursos e uma panfletagem.

As interdições das rodovias que cortam Três Lagoas acabaram prejudicando o deslocamento de centenas de trabalhadores que precisavam chegar ao canteiro de obras de ampliação da fábrica de celulose da Fibria, que fica na rodovia, sentido Brasilândia, e também da empresa de celulose Eldorado Brasil. A sexta feira alterou a rotina dos trabalhadores. Longas filas se formaram ao longo dos bloqueios. Houve quem apoiou e quem não gostou nada da longa espera.

Na opinião de Fabrício Venturoli, um dos organizadores do movimento, a manifestação em Três Lagoas atingiu o seu objetivo, pois conseguiu reunir grande número de participantes. Na opinião de Fabrício, a reforma trará vários prejuízos aos trabalhadores. 

A greve geral foi organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pelas frentes de esquerda Brasil Popular e Povo Sem Medo, que têm participação de diversos movimentos sociais. Em Três Lagoas, o movimento foi organizado por 10 sindicatos, entre eles, dos Bancários, da Educação, da Construção Civil, de Papel e Celulose, dos Auditores Fiscais, dos Professores Universitários, entre outros.

Na cidade, apenas uma agência bancária ficou sem atendimento. A agência do INSS foi fechada, já que os funcionários também aderiram à manifestação. Segundo os organizadores, as manifestações no município tiveram a participação de aproximadamente três mil pessoas.  

GOVERNO
O governo avaliou como “fracasso” o movimento de greve em todo o país. O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, após conversa com outros colegas no Palácio do Planalto, declarou que esta foi “uma constatação” feita após se observar que o movimento de rua foi restrito aos grandes centros e que a baixa adesão da população dá força às reformas. 

“Eu avalio com otimismo. Nós tínhamos a expectativa de uma manifestação muito expressiva e isso não aconteceu”, disse o ministro, ressaltando que, as centrais sindicais utilizaram a estratégia de paralisar os serviços de transportes, o que impossibilitou muitos trabalhadores de comparecerem aos serviços. “Essa foi uma estratégia das centrais, o que demonstra que a greve não foi real. Se fosse uma greve real não haveria necessidade disso porque não haveria demanda pelo transporte, as pessoas estariam paralisadas”, acrescentou.

REFORMA
O ministro Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência da República, descartou prejuízo ao processo de votação da PEC da Previdência por causa dos protestos de ontem. “ Há uma consciência muito forte de que é preciso que nós enfrentemos a questão da reforma da Previdência. Se não tomarmos alguma medida urgente, vamos ter no governo federal o mesmo quadro do Rio de Janeiro, onde temos visto drama e desespero de pensionistas e aposentados que não estão recebendo” disse em entrevista à Rádio CBN.

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