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A pedofilia se apoia no 'natural' e nas aproximações sucessivas

Os abusos sexuais contra crianças geralmente começam com "inocentes" e "singelos" contatos físicos. É prudente habituar uma criança a brincar com estranhos nus?

Por Redação
30/09/2017 • 20h30
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Apresentações artísticas onde um homem nu interage e é tocado por crianças de quatro a dez anos, realizadas no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e no Goethe-Institut em Salvador, abriram um sério debate e uma importante reflexão em relação ao objetivo real e consequências de algumas “apresentações artísticas”.

Em um país onde cada vez mais cedo crianças são erotizadas com roupas, danças e músicas, e casos de abusos sexuais contra elas são registrados, qual seria a real proposta deste tipo de apresentações? O que estaria por trás?

Fato é que, é um trabalho imenso tanto para pais, tios, avós ou responsáveis orientar uma criança de modo a identificar molestamentos, assédios e abusos sexuais, ensinando-a que se alguém tentar tocar seu corpo, pedir para que ela o toque, tentar despi-la ou insinuar qualquer tipo de nudez ou exibicionismo de órgãos genitais, que ela prontamente fuja e peça socorro. Tudo isso demanda muita conversa, cuidado, carinho e responsabilidade. A discussão começa quando, diante de toda esta cadeia de orientação educacional, surge um grupo de pessoas promovendo situações onde um homem nu convida crianças para “brincar”, afirmando que isso é uma "maneira de fazer com que conheçam e se acostumem com o corpo humano".

Estabelecendo um paralelo em relação às consequências psicológicas para a criança, qual seria a diferença entre o 'tio da esquina' que lhe mostra o pênis na rua e esse artista que ficou nu e a convidou para tocá-lo? Socialmente a diferença seria o argumento usado para a exibição do órgão genital para crianças, afirmando o artista que "é arte", sendo preciso entender a "proposta artística", mas na prática o ato seria o mesmo: exibir órgão genital para crianças, apenas um estando na esquina e outro no palco? Que proposta artística há para a criança em ficar nu em sua frente e pedir para que ela te toque? Estaria o argumento de "promover o debate" sendo um álibi para muitos transgressores se travestirem de artistas, recebendo imunidade para propagação de todo tipo perversão e ao final sendo preciso apenas dizer que “é arte”?

No Behaviorismo, em psicologia, a modelagem do comportamento reforça aproximações sucessivas para um determinado comportamento final. Os abusos sexuais contra crianças geralmente começam com aproximações e contatos físicos em forma de carinho e naturalidade. É prudente habituar uma criança a brincar com estranhos nus?

A apresentação constante de tantos elementos de nudismo - eróticos ou não -, danças, músicas e roupas erotizadas que vêm se estabelecendo ultimamente na cultura brasileira tem como objetivo qual comportamento final? Talvez a relativização da pedofilia?

É hora de refletir.

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