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Excesso de chuva em março mobiliza pecuaristas do Pantanal

Rebanho é levado para regiões mais altas do Pantanal para escapar das enchentes

Por Éder Campos
31/03/2018 • 08h25
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A Embrapa Pantanal emitiu esta semana um alerta através de laudo técnico entregue ao Sindicato Rural de Corumbá, a retirada total dos rebanhos bovinos de fazendas do baixo Pantanal, nas sub-regiões do Abobral (Miranda, Negro, Aquidauana), Nabileque (incluindo o Jacadigo) e Paraguai (entre as morrarias do Amolar e Urucum), em função da cheia deste ano.

Em Ladário, o rio Paraguai deve atingir de 4,81 a 5,78 metros em 2018, com estimativa de área de inundação entre 71 e 90 mil km² em toda a planície pantaneira.

A cheia vai afetar justamente uma região onde algumas propriedades praticam cria e outras a engorda de animais. Como é um solo extremamente argiloso, na época das águas fica como se fosse uma esponja e muito pegajoso. Neste período, os bezerros mais novos ficam vulneráveis e podem morrer se o rebanho não for retirado com antecedência.  A enchente deve permanecer no solo por 170 dias em média e a inundação de 2018 pode ser classificada como rigorosa.

Impactos na pecuária
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Leite, os efeitos da inundação deste ano devem ser sentidos nas propriedades rurais até 2019 por sua influência no score corporal das vacas de cria. “Esses animais, por serem retirados dessas áreas mais baixas, vão diminuir seu score corporal. Consequentemente, vão diminuir a produção de bezerros em 2019”, ressalta.

Com a falta de logística adequada para a movimentação dos rebanhos, o custo total do deslocamento dos animais por meio de comitivas até os pontos de embarque deve ficar em torno de R$ 5 milhões.

O laudo também deverá embasar uma solicitação dos produtores do Pantanal sobre mudanças no programa de retenção de novilhas do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) junto ao Conselho Deliberativo do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel/Sudeco), responsável pelo fundo na planície pantaneira.

Outra preocupação é com a vacinação contra a febre aftosa, em maio. Existem mais de dois milhões e 300 mil cabeças de gado na região do baixo Pantanal e todas as categorias devem ser vacinadas. 

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