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Três Lagoas, 26 de abril

Comunidade negra do MS recebe apoio do Governo

Dois centros comunitários já estão prontos e 150 casas populares estão sendo construídas em 8 comunidades

Por Redação
21/01/2009 • 12h51
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O governo do Estado tem trabalhado em parceria com o movimento negro de Mato Grosso do Sul na realização de obras e melhorias nas comunidades quilombolas. Dois centros comunitários já estão prontos e 150 casas populares estão sendo construídas em 8 comunidades. Além das obras, o movimento negro se fortalece com a posse do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

A comunidade rural Quilombola Desidério Filipe de Oliveira (Picadinha), localizada a 18 km de Dourados, receberá do Governo do Estado um Centro Comunitário construído para atender as famílias quilombolas da região. O centro já está pronto. Outro centro concluído é o da comunidade Família Quintino, em Pedro Gomes.

Residem na comunidade Picadinha 15 famílias, mas cerca de 149 remanescentes quilombolas frequentam o local. Para o presidente da associação de moradores, Ramon Castro Oliveira, o centro servirá para reunião de familiares, festas e a realização de cursos de capacitação. “Com a falta de estudo, não é fácil arrumar emprego. Agora, com este centro, poderemos participar de cursos de qualificação profissional” afirmou Ramon.

O líder comunitário pretende adquirir computadores para a realização de cursos de informática. Na pintura das paredes do Centro, que tem 92,18 m2 e custou R$ 74.952,68, existem figuras Afro que simbolizam a luta histórica dos quilombolas.

A construção do Centro Comunitário é a primeira reivindicação da comunidade. A obra, que estava parada desde 2006, foi retomada na administração do governo de André Puccinelli. As famílias quilombolas da Picadinha também lutam pela construção de seis casas populares, a construção de um poço artesiano e a titulação e demarcação de terras junto ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Para o membro do Conselho Estadual dos Direitos do Negro, Antônio Borges, a população negra quer reconhecimento e igualdade de direitos. “Muito mais do que as conquistas materiais, como a construção de obras, queremos ver o reconhecimento da população negra e assegurar a qualidade de vida das famílias quilombolas com garantia dos seus direitos” afirmou Borges. Em dezembro de 2008, o Governo do Estado sancionou lei estadual que autoriza cotas de negros nos concursos públicos no Estado. Para Borges, é uma conquista histórica.

Para Borges, a vitória de um presidente negro nos Estados Unidos da América é um marco para o mundo inteiro. “Para o Brasil e para Mato Grosso do Sul, é de grande importância a chegada de um negro à presidência dos EUA, a maior potência mundial, pois demonstra a união do movimento negro, a importância da família e um exemplo de persistência das famílias negras na luta pela igualdade racial” destaca Borges.

Em Mato Grosso do Sul são 16 comunidades distribuídas nos municípios de Campo Grande, Dourados, Corguinho, Jaraguari, Aquidauana, Maracaju, Nioaque, Rio Brilhante, Sonora, Pedro Gomes, Rio Negro e Figueirão.

 

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