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Três Lagoas, 18 de abril

Hal David, morreu o homem que fazia canções felizes

Por Redação
03/09/2012 • 15h15
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 Fez com Burt Bacharach inúmeras canções para Dionne Warwick, The Carpenters ou Dusty Springfield. Entre elas I say a little prayer ou (There’s) always something there to remind me. A parceria levou-os ao cinema, para o qual compuseram a banda sonora de Alfie (1966) e Casino Royale (1967). Em 1969, ganharam o Óscar de melhor canção com Raindrops keep falling on my head para o filme Butch Cassidy and the Sundance Kid.


À Associated Press, Eunice, a mulher do letrista, contou que Hal David sofreu um AVC em Março último e, já na fase de recuperação, sofreu novamente outro ataque na terça-feira passada. “Mesmo no fim, Hal sempre teve uma canção na cabeça”, disse Eunice, explicando que, mesmo no hospital, David “estava sempre a escrever notas ou a pedir para alguém anotar por ele para que nunca se esquecesse de uma letra”. 

Hal David entrou para a direcção do Society of Composers, Authors and Publishers (Ascap) em 1974 e em 1980 foi eleito presidente da organização, cargo em que se manteve até 1986.

“Como letrista, Hal era simples, conciso e poético – transmitindo imenso significado no menor número possível de palavras e sempre ao serviço da música”, lembrou em comunicado o actual presidente da Ascap, Paul Williams. “Não há dúvida de que a maioria das suas letras se tornaram parte do nosso vocabulário diário e as suas canções o pano de fundo das nossas vidas”, acrescentou Williams. 

Nomes como Beatles, Barbra Streisand, Frank Sinatra e Neil Diamond imortalizaram muitas das suas músicas, que ainda hoje passam nas rádios de todo o mundo.

No ano passado, Hal David e Burt Bacharach foram distinguidos com o Prémio Gershwin de carreira, entregue pela Biblioteca do Congresso americano, pelo contributo para a canção popular. Na altura, o presidente Barack Obama homenageou a dupla, elogiando o trabalho ao longo dos anos. “Mantiveram-se sempre verdadeiros”, disse então Obama, acrescentando que “com uma autenticidade inconfundível, eles captaram as emoções do nosso dia-a-dia – os bons e os maus tempos, e tudo o que vem pelo meio”. 

Em declarações à BBC, Dionne Warwick, uma das grandes colaboradoras de David, disse que a morte do letrista significava a perda de um membro da família. “Ele vai estar sempre comigo, cada vez que cantar uma das suas letras”, continuou a cantora, que eternizou Walk on by.

Nas redes sociais também se multiplicaram os tributos e homenagens, liderados por nomes conhecidos da música e do espectáculo. Mick Hucknall, dos Simply Red, escreveu no seu Twitter que Hal David foi “um letrista soberbo”, que “compôs algumas das melhores canções de sempre”. Para o songwriter Barry Mann, David foi “um letrista brilhante e um cavalheiro elegante que sabia como escrever para uma mulher”. 

Numa entrevista em 1999, citado pelo The Guardian, Hal David explicou que as músicas “têm de ser como um filme pequeno, contado em três ou quatro minutos”. “Tenta dizer as coisas da forma mais simples possível, o que é provavelmente das coisas mais difíceis de fazer”, contou então aquele que hoje é lembrado como um dos maiores letristas da música norte-americana. 

Os pormenores do funeral, sobre onde e quando se realizará, ainda não foram divulgados.
 

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