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Três Lagoas, 24 de abril

Índio é baleado em área ocupada por terena em MS, diz Funai

Entidade afirma que vítima foi levada para hospital e aguarda transferência

Por Redação
05/06/2013 • 11h05
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Um indígena foi internado depois de ser atingido por um tiro nas costas nesta terça-feira (4), na região de fazendas ocupadas por um grupo de terena em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, segundo informações da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Mato Grosso do Sul.

Segundo a entidade, a vítima foi levada para o Hospital Sociedade Beneficente Dona Elmiria Silverio Barbosa em Sidrolândia.

No início da noite ele foi transferido para a Santa Casa de Campo Grande. Segundo informações do hospital ele está internado na área vermelha do pronto socorro, onde ficam os pacientes que necessitam de cuidados emergenciais.

A assessoria da Polícia Federal diz que a corporação não foi comunicada do fato e informa que só atua em áreas de conflito se a Justiça determinar. O advogado que representa os donos das fazendas ocupadas, Newley Amarilha, também diz não ter informações sobre o caso.

O G1 tentou falar com alguém na delegacia de Polícia Civil da cidade, mas não conseguiu.

Reforço
O governador de Mato Grosso do Sul, André Pucinelli (PMDB), encaminhou nesta terça-feira (4) pedido ao Ministério da Justiça pedindo apoio da Força Nacional para garantir a tranquilidade na região de Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande.

A assessoria de imprensa do governo diz que a solicitação foi feita tendo em vista o conflito após a invasão de fazendas do município por índios da etnia terena.

Briga por terra
O conflito na região de Sidrolândia começou no dia 15 de maio, quando a fazenda Buriti foi ocupada pelos terena. De acordo com a Funai, são pelo menos seis as propriedades invadidas até o momento, sendo as outras: Lindoia, Cambará, Santa Clara, São Sebastião e Água Clara.

A principal reivindicação dos terena é uma área cujo processo demarcatório se arrasta há 13 anos.

No dia 30 de maio, o índio Oziel Gabriel, de 36 anos, morreu após cumprimento de mandado de reintegração de posse. Houve confronto entre indígenas e policiais. Na sexta, a propriedade foi novamente ocupada pelos terena.

Depois do episódio, a Justiça Federal determinou que a Funai promova a saída pacífica dos indígenas das propriedades sob pena de multa diária de R$ 1 milhão, em caso de descumprimento. A assessoria do órgão, em Brasília, diz que toma medidas para tentar anular a decisão.

Resistência
Os índios que ocupam as fazendas dizem que continuam nos locais, mesmo com a ordem judicial.

“Para nós, esse mandado de reintegração não tem validade”, disse ao G1 o cacique Argeu Reginaldo.

Após o sepultamento de Oziel, muitos índios choraram e se mostraram nervosos. Dois deles chegaram a rasgar uma cópia do mandado de reintegração de posse, expedido pela Justiça Federal.

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