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Três Lagoas, 28 de março

Perda de sono pode ser primeiro sintoma notável de Alzheimer

Sono interrompido indica pessoas com doença em estágio inicial, mas que ainda não têm perda de memória ou déficits cognitivos

Por Redação
12/03/2013 • 18h12
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Perda de sono pode ser um sinal precoce da doença de Alzheimer, de acordo com estudo realizado por pesquisadores da Washington University School of Medicine, em St. Louis, nos EUA.

A pesquisa revela que o sono interrompido indica pessoas que provavelmente têm estágios iniciais da doença de Alzheimer, mas ainda não têm perda de memória ou outros problemas cognitivos característica da doença avançada.

A descoberta confirma observações de estudos anteriores que mostraram uma ligação em camundongos entre perda de sono e placas no cérebro. Primeiros indícios sugerem que a conexão pode trabalhar em duas direções: placas de Alzheimer interrompem o sono e a falta de sono promove placas de Alzheimer.

Os problemas do sono são comuns em pessoas que têm doença de Alzheimer sintomática, mas recentemente os cientistas começaram a suspeitar que eles também podem ser um indicador precoce da doença.

"Essa ligação pode fornecer-nos um sinal facilmente detectável de patologia de Alzheimer. Quando começamos a tratar as pessoas que têm marcadores do início do Alzheimer, alterações do sono em resposta a tratamentos podem servir como um indicador da eficácia das terapias", afirma o autor sênior David M. Holtzman.

O estudo foi publicado na revista JAMA Neurology.

Holtzman e seus colegas recrutaram 145 voluntários, todos com idades entre 45 e 75 anos e cognitivamente normais no início da pesquisa.

Como parte de outras pesquisas no centro, os cientistas já tinham analisado amostras de fluidos espinhais dos voluntários para os marcadores da doença de Alzheimer. As amostras mostraram que 32 participantes tiveram a fase pré-clínica da doença de Alzheimer, o que significa que eram susceptíveis a ter placas amiloides no cérebro, mas não eram cognitivamente prejudicados.

Os participantes mantiveram diários de sono, durante duas semanas, observando o tempo em que foram para a cama e se levantaram, a informação do número de cochilos tirados no dia anterior e outras informações relacionadas ao sono.

Os pesquisadores monitoraram os níveis de atividade dos participantes por meio de sensores usados no pulso que detectaram movimentos do usuário.

"A maioria das pessoas não se move quando está dormindo, e nós desenvolvemos uma maneira de usar os dados recolhidos como um marcador para saber se uma pessoa estava dormindo ou acordada. Isto nos permite avaliar a eficiência do sono, uma medida da quantidade de tempo na cama que é gasto dormindo", explica a autora Yo-El Ju.

Os participantes que tiveram Alzheimer em estágio pré-clínico apresentaram pior eficiência no sono (80,4%) do que pessoas sem marcadores da doença de Alzheimer (83,7%). Em média, aqueles com a doença na fase pré-clínica ficavam na cama tanto quanto os outros participantes, mas passavam menos tempo dormindo. Eles também dormiam com mais frequência.

"Quando nós avaliamos especificamente os participantes com piores sonos, aqueles com uma eficiência de sono inferior a 75% eram cinco vezes mais propensos a ter doenças de Alzheimer pré-clínica", observa Ju.

A equipe agora está seguindo com os estudos em participantes mais jovens que têm distúrbios do sono. "Achamos que isso pode nos ajudar a ter uma ideia melhor para a forma como esta conexão flui. Isso vai nos ajudar a determinar se podemos mudar o curso da doença com medicamentos ou outros tratamentos" , conclui a pesquisadora.

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