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Sistema quase cego

Leia o editorial publicado no Jornal do Povo deste sábado (10)

Por Redação
14/10/2017 • 09h39
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A novela envolvendo a questão do repasse da prefeitura ao Estado do Sistema de Monitoramento Eletrônico de Três Lagoas está prejudicando muito a qualidade da segurança pública em Três Lagoas. O sistema foi doado pela Petrobras ao município como forma de compensação ambiental pela instalação da Unidade de Fertilizantes no município. Os números apontam para um valor superior a R$ 1,5 milhão. Um presente que vem sendo utilizado de forma capenga e gerando prejuízos às operações feitas pela Polícia Militar. O comando da instituição na cidade não revela, quais nem quantas são as câmeras que estão fora de operação por falta de manutenção. Mas não esconde que apenas algumas estão sendo utilizadas no serviço que deveria contribuir para melhorar a segurança da população.

De acordo com o comando da PM, as operações do sistema são de responsabilidade do Batalhão local e policiais militares operam as câmeras que, remotamente ajudam no monitoramento dos locais onde os equipamentos foram instalados. O problema é que por se tratar de um sistema moderno e tecnologicamente avançado, os problemas técnicos são constantes. Quando o problema é de fácil solução, os policiais e alguns colaboradores, resolvem. Mas na maioria dos casos, será preciso enviar as câmeras para manutenção especializada e nesse caso, a polícia perde autonomia justamente por não deter os direitos de gestão sobre o sistema que foi doado à prefeitura. Sem poder agir, o sistema vai perdendo visão, amplitude e importância. A continuar assim, em pouco tempo poderá ficar cego e perder utilidade.

A prefeitura tem informado que encomendou um levantamento sobre como se deu a compra do sistema de monitoramento. O problema é que a demora na entrega do estudo, tem causado acumulo de problemas no Sistema de Monitoramento. A cada pane, os policiais militares precisam promover “gambiarras” e ir eliminando câmeras, perdendo acesso a diversos locais que foram beneficiados pelo projeto que deveria fortalecer a segurança pública na cidade. Até que o tal levantamento seja concluído e a prefeitura tenha base legal para transferir as responsabilidades pelos equipamentos vamos convivendo com a dúvida. Afinal, qual o tamanho do estrago provocado até agora pela burocracia?

Outro presente que enfrenta problemas é a Cidade Mirim, um projeto que deveria estar oferecendo aos nossos meninos e meninas, ações de “Educação de Trânsito”. Construída no bairro Jardim Morumbi, em Três Lagoas, a estrutura está pronta, mas até hoje não entrou em funcionamento por falta de equipamentos. A obra foi autorizada em janeiro de 2015, e era para ter sido entregue no segundo semestre do mesmo ano, mas até hoje não entrou em funcionamento. As informações são de que faltam equipamentos. Na verdade deve estar faltando mais que isso já que a Petrobras investiu R$ 500 mil no projeto que foi abandonado pela prefeitura. Falta interesse e noção da importância desse projeto para o futuro da nossa cidade. Enquanto não recebe a criançada, o local vai sendo deteriorado. Mais uma ação onde o dinheiro público não recebeu o devido valor.

Poderíamos falar ainda do prédio da UNEI e do CRAS, (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) que também continuam pela metade. Mas esta semana decidimos focar nosso alerta para o Sistema de Monitoramento Eletrônico que, se bem utilizado, poderia estar inibindo que menores promovessem crimes e ajudando a tirar de circulação infratores que insistem em transformar o cidadão em reféns indefesos dentro de suas próprias casas. Sem confiança na segurança pública, estamos cada dia mais presos e com a sensação crescente de que a miopia que afeta as câmeras de segurança da nossa Três Lagoas, possam não enxergar mais os riscos a que estamos sendo submetidos diariamente.

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