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OPINIÃO

A falta que a educação e o bom senso fazem

Por Redação
25/11/2008 • 07h00
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Tem certas coisas que realmente chamam a atenção. Há bem pouco tempo atrás, aprendi em uma disciplina denominada Introdução à Sociologia, que a maturidade de um país está relacionada ao numero de leis que nele se institui. Isto acontece, visto que para disciplinar seu povo, é necessário normatizar o que é ou não permitido, o que é ou não é direito e dever. Sendo assim, qual o grau de maturidade do povo brasileiro? São infinitas as leis que surgem em nosso país. Lei para isto, para aquilo...E a lei em questão é aquela que prioriza o atendimento a gestantes, lactantes, mães com crianças de colo, deficientes e idosos, afixadas em cartazes em qualquer lugar onde provavelmente se estabelecem as filas. .
Em uma fila de atendimento bancário, prestei atenção no seguinte fato: Em cumprimento à  lei que obriga estabelecer como prioridade tais grupos, a atendente do caixa (diga-se de passagem, fiel ao seu dever), elencava os sujeitos para seu atendimento. Minha surpresa se deu, quando percebi que a fila de “protegidos” pela tão justa lei, era maior do que a de cidadãos comuns. E aí?
Bem, detive minha atenção ainda um pouco mais e usando meu sutil critério de justiça, percebi que todos eram capazes e aparentemente saudáveis. O que faziam então na tal fila? Resposta simples: usufruíam de um direito, afinal todos possuíam os pré-requisitos para beneficiar-se dela.
Então o que há de errado em usar os seus direitos? A meu ver, o errado está em usar o direito simplesmente porque ele existe. Por exemplo: haviam vários idosos gozando capacidade física e mental, aptos a conservar a fila dos demais clientes. Sabemos que os idosos em nosso país são muitas vezes judiados pela vida, chegando a velhice em estado deplorável. Mas não os que estavam ali. Outro exemplo: As gestantes riam e tagarelavam como ninguém, denotando apenas um estado fisiológico plenamente saudável. Então, por isso não devemos ser gentis com elas? Em absoluto me refiro a desconsiderar esta fase tão sublime da vida, mas me refiro a considerá-las inaptas por um estado temporário.  E o que me incomodou?
Bem, o que quero dizer é que ser fiel a lei está extremamente longe de fazer um país andar corretamente ou ser justo para com seu povo. O que penso ser correto é de fato sermos educados e providos de bom senso. Se assim fossemos, bastaria percebermos a dificuldade de qualquer um dos grupos para espontânea e unanimemente estabelecermos como prioridade para o atendimento o semelhante em necessidade maior que a nossa.  Assim estaríamos de fato sendo justos. Justos para com o necessitado e para com os que aguardam a vez. Lançar mão de um direito simplesmente por ele existir, está longe de conferir igualdade entre os semelhantes. Também, desrespeitar os direitos está ainda mais longe de justiça. Criar leis, estabelecer direitos, cumprir leis e usufruir direitos simplesmente pela sua existência, só nos trazem a percepção da FALTA QUE A EDUCAÇÃO E O BOM SENSO FAZEM. 

Angélica Troncoso é enfermeira

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