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Além do tubo de ensaio

Por Redação
06/12/2008 • 07h00
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Mais do que preocupar-se com a teoria da evolução das espécies - do que se fala desde que Darwin lançou a sua teoria - é buscar saber o que somos e os caminhos que nos levam a evoluir espiritualmente. Ater-se a uma questão de relativa importância e apenas ciscar ao redor do ninho é limitar-se a um campo tão pequeno, quando poderíamos exercitar nossas asas atrofiadas e voar por espaços mais vastos e inimagináveis. Assim as verdades primordiais que se busca iriam sendo descobertas. Se as procurarmos por via da ciência convencional encontraremos apenas coisas atinentes a ela, e que mesmo assim podem não ser verdades absolutas.

A ciência só enxerga as suas próprias verdades e nos revela apenas uma parcela mínima das múltiplas verdades e das suas muitas relatividades. E no entanto o homem dá tanta importância ao saber intelectual e ao acúmulo de cultura e conhecimentos. Mas a grande realidade, a grande maravilha capaz de nos deixar prostrados em deslumbramento, ainda não chegou ao alcance da ciência oficial. Ela sabe muito, mas tudo o que sabe é quase nada - um grão de areia no amplo areal que se oculta por trás dos véus do transcendente.

Ciência disto, ciência daquilo, em tudo ela está presente na terra dos humanos, e delas necessitamos. Mas existem coisas que a ciência estabelecida não explica. E se ela nada comprovou em searas onde nada buscou e nem desejou buscar (e mesmo que o desejasse não saberia por onde começar), assina um édito afirmando que tal não existe. Mas há uma ciência paralela que avança e também se estriba em comprovação. Cada qual com suas metodologias. Há muito de belo e majestoso naquilo que não vemos - e isto é de domínio da ciência espiritual (e não confundi-la com conhecimento religioso).

A ciência tida como aceita não explica como há uma árvore dentro da semente e como, na árvore, uma semente idêntica se cria; como uma criança nasce no ventre materno; como há um pássaro dentro do ovo e como o pássaro gera um ovo. Fenômenos da genética, dirá a santa ingenuidade dos simplórios - cientistas ortodoxos incluídos. E quem explica a genética? Se vale para estes mistérios, vale para outros, nos quais a maioria não crê. Com toda a certeza há algo acima de tudo isto e que tem o dedo da experimentação divina.

Os materialistas ortodoxos, embora religiosos, só acreditam no que a ciência comprova, mas creem em Deus e nos anjos, embora nem eles e nem a ciência os tenham visto. Está na Bíblia - argumentam - e a atribuem à palavra de Deus, o que (ser palavra de Deus) nenhuma ciência terrena comprovou. Se é uma obra que se imagina repassada, em alguns de seus pontos, por canalização de iluminados seres a sensitivos terrenos da época, parece temerário crer que são da palavra divina as genealogias, os relatos históricos sem nenhum conteúdo doutrinário e espiritual, as narrativas de lutas sangrentas, adultério, sensualismo, sacrifícios de animais, certos conceitos mais parecidos com os dos homens que algo que venha de uma fonte superior.

O homem não deseja pensar, porque isto cria-lhe responsabilidades. Então deixa que o titular de sua religião pense por ele. Também não lê mais nada, a não ser aquilo pertinente à sua crença. Assim, embora crente em algo que transcende a sua materialidade física, permanece numa linha de obscurantismo e não exercita sua própria potencialidade divina. Espera tudo dos céus e ignora o poder que tem em si mesmo. Assim, atrasa-se na caminhada de ascensão.

 

Walmor Macarini é articulista

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