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OPINIÃO

Apatia e inapetência eleitoral

Apatia e indiferença em relação aos anseios da população. Infelizmente, ainda há uma parcela, mesmo que pequena, de candidatos nessa classificação

Por Redação
26/09/2012 • 07h54
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Apatia e indiferença em relação aos anseios da população. Infelizmente, ainda há uma parcela, mesmo que pequena, de candidatos nessa classificação, comportamento que se repete a cada eleição, aumentando assim a inapetência eleitoral, ou seja, a falta de desejo do eleitor em saber das propostas dos candidatos, o interesse por suas ideias e até a confiança em seus projetos.

A julgar pelo comportamento que os candidatos adotam quando são chamados para o debate público e se negam, à mercê das vicissitudes do caráter, é lícito concluir que estamos diante de uma safra de candidatos acometidos por uma espécie de ateísmo pragmático. Não custa repetir que não se trata de uma regra, mas algumas exceções.
Abster-se do debate político e da preocupação com os interesses coletivos torna evidente o despreparo, mas é certo que também estamos diante de uma safra de políticos preparados que se propõem a conduzir os negócios públicos.
Os políticos contemporâneos não podem, sob qualquer pretexto, abster-se do debate, sob pena de ficarem marcados pela ignorância, pela indiferença e assim deixar transparecer ao público estarem despreparados.
Quando houve oportunidade, muitos aceitaram debater, convencidos de que o momento é importante para que o eleitor faça um julgamento criterioso sobre os futuros governantes.
A recusa ao debate, em que pese o direito de abster-se, não pode institucionalizar o decúbito preguiçoso, mas é lícito avaliar, também, que o debate, mais que um exercício democrático, proporciona o esforço cultural e o domínio da paixão política, é capaz de transmitir ao ouvinte a segurança e a determinação de uma ideia ou filosofia de vida.
O Grupo RCN de Comunicação vê, portanto, em dois prismas – a necessidade da oportunidade e a objetividade mediática. Como não há filosofia superior à outra, o que se busca é o exercício, a relação e a comunicação, a aproximação do candidato com o seu público.
O debate político, sociológico, de ideias, propostas, faz parte da natureza humana, desde as primeiras inspirações ideológicas às últimas revoluções modernas em que se assentou o princípio da soberania popular.
É evidente que há um conjunto de situações e regras que tornam o debate público, democrático, uma armadilha. Não há esse propósito do ponto de vista da organização do embate vocálico.
É bem verdade que não se dá a todos o dom da oratória, nem a todos pode-se atribuir concepção proselítica, mas é natural que ao se submeter ao julgamento popular, por meio das urnas, exige-se o mínimo e preparação. Daí o dever do conhecimento. O debate tem essa função, de medir o conhecimento e identificar aquilo que não passa de proselitismo político, de promessas vãs e inatingíveis
O importante é que dá-se a oportunidade e fundamental é que ela seja aproveitada da melhor forma e de modo mais prudente, para que o exercício da discussão não se transforme em mecanismo de execração pública, humilhação e destrato.
Seria interessante que a interpretação desse momento, tão importante para a vida do cidadão, fosse linear do ponto de vista da sinceridade, para que na medida que seja concebido, haja uma resposta positiva do cidadão, ávido por informação, capaz de identificar nas propostas e na performance do candidato qual é a melhor proposta e sobre qual conceito ela se tornará mais exequível, capaz de transformar e de trazer o progresso, atendendo não apenas um segmento, mas os interesses de toda a coletividade.
 
Oxalá possamos, nos próximos embates eleitorais, aprimorar o nível de conhecimento e o grau de participação em processos de depuração de propostas e ideias, deixando de lado os interesses celibatários, improdutivos e que não abrem o horizonte e nem aponta para a melhor perspectiva.

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