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BR-262 continua fazendo vítimas

Editorial do Jornal do Povo deste sábado aborda a precariedade e o período da BR-262

Por Da redação
30/09/2017 • 09h59
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A semana termina confirmando as previsões que nosso time de jornalistas, articulistas e radialistas tem feito constantemente nas páginas deste semanário, e nos veículos de comunicação que integram o Sistema RCN de Comunicação. A rodovia BR 262 continua fazendo vítimas fatais. Mais duas vidas foram ceifadas ontem em mais um acidente no trecho que liga Três Lagos a Água Clara. Temos feito constantes alertas sobre os riscos oferecidos aos motoristas, pela falta de manutenção nesse trecho da rodovia da vergonha como muitos estão chamando a 262.

As vítimas desta vez foram duas mulheres. O acidente aconteceu num dos muitos trecho onde o pavimento apresenta desgaste, desníveis e onde a manutenção deixou de acontecer já a algum tempo. Além dos feridos e dos incalculáveis prejuízos -financeiros e sentimentais- aos envolvidos, fica a certeza de que infelizmente a rodovia deve continuar provocando novos acidentes -queira Deus que não-, novas histórias tristes e contribuindo negativamente para o processo de desenvolvimento econômico e social de toda uma região.

Recentemente os responsáveis pelo DNIT no Mato Grosso do Sul estiveram em Três Lagoas. Vieram tentar acalmar os ânimos dos que já não suportam mais tanto descaso e abandono. Entre as declarações, disseram que a recuperação da BR262 entre nossa cidade e Água Clara terá início ano que vem. Até lá, a chuva que acaba de chegar na região, deve se encarregar de tornar a estrada ainda mais traiçoeira, perigosa e mau falada. Só não conseguimos compreender, porque o DNIT ainda não priorizou a recuperação desse trecho. No Mato Grosso do Sul, o governo federal já mandou recuperar diversas rodovias. Apesar da força econômica e da importância estratégias ocupada pela Capital Nacional da Celulose, sair ou chegar em Três Lagoas tem se tornado uma aventura perigosa.

Infelizmente essa é uma situação que poderia ter sido evitada se os órgãos gestores e fiscalizadores, tivessem dedicado um pouco mais de atenção e atuado de forma a evitar a deterioração do pavimento que cobre a BR262 entre essas duas cidades. O mais impressionante é que estamos falando de um pequeno trecho que não deve atingir 140 quilometros de extensão. Descaso ou desleixo, o fato é que vidas estão sendo colocadas em risco diariamente sem que uma pedra seja colocada nos buracos que surgem a cada curva.

Enquanto aguardamos o “início das obras”, vamos contabilizando prejuízos, contando vítimas e tentando compreender os mecanismos utilizados pelos governos para definir prioridades nessa área. Infelizmente temos noticiado ao longo dos anos, muitas mortes em acidentes provocados não apenas pela falta de manutenção do pavimento. Basta trafegar pela 262 para perceber as inúmeras deficiências oferecidas pela estrada que é mal sinalizada e frequentada por animais silvestres que, acuados pela expansão econômica, acabam contribuindo também para o aumento do perigo, das estatísticas de acidentes e dos desafios enfrentados pelos motoristas que precisam cruzar a rodovia da vergonha, do abandono e da morte.

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