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OPINIÃO

Cidades emergentes e sustentáveis

Três Lagoas se destaca das demais cidades da região, ostentando na atualidade uma população de quase 125 mil habitantes

Por Redação
19/03/2016 • 09h10
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Euclides da Cunha  em seu livro A Margem da História, aliás, publicado um mês após o seu falecimento, registrou o vaticínio do engenheiro mineiro Hermilo Alves, sobre o aproveitamento das quedas de Itapura e Urubupungá para a geração de energia. Antes do seu aproveitamento, chegou nestas paragens a estrada de Ferro Noroeste do Brasil, esfumaçando os nossos céus com fumaça branca de suas locomotivas, as quais rompendo o solo do nosso território assinalaram a integração do nosso chão e das nossas atividades ao resto do país.

No transcorrer  dos anos concretizou-se a previsão do nosso potencial para gerar energia elétrica. Construíram-se  as usinas hidrelétricas de Jupiá e Ilha Solteira, as quais proporcionaram o início de um processo de desenvolvimento econômico industrial, materializando a profecia do engenheiro Hermilo Alves, que disse que nas suas redondezas erguer-se-ia uma “cidade opulentíssima do futuro”. Sem sombra de dúvida esta cidade é Três Lagoas que se destaca das demais da região, ostentando na atualidade uma população de quase 125 mil habitantes.

Ao longo dos anos o Jornal do Povo publicou editoriais defendendo e alertando os nossos dirigentes sobre a necessidade imperiosa de se fazer um planejamento urbanístico projetando para o futuro em um prazo de pelos menos trinta anos ações indispensáveis para assegurarem o desenvolvimento sustentado do município. Não foram poucas  as abordagens em nossas colunas sugerindo aos administradores da cidade a contração de urbanistas capacitados para estudarem e projetarem o crescimento de Três Lagoas uma cidade emergente que transformou-se em um polo industrial invejável pelo que produz e exporta, tendo a fabricação de celulose e papel como os seus dois produtos mais destacados, entre muitos outros de importância aqui industrializados.

Por ação e obra do Instituto Votorantim, que entre seus objetivos visa exercer papel destacado no planejamento e desenvolvimento de ações de promoção da sustentabilidade como instrumento de desenvolvimento sócio econômico, Três Lagoas se viu incluída como a primeira cidade do interior do país em um programa denominado Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis, que tem a participação direta do banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Caixa Econômica Federal. O programa objetiva apoiar técnica e financeiramente o município na identificação dos seus problemas, priorizando o equacionamento dos mesmos, além de apontar depois de estudos as soluções que asseguram o desenvolvimento sustentável.

Alertamos que será indispensável a participação da comunidade na discussão dos caminhos que deverão ser construídos na busca da solução dos problemas mais graves, os quais englobam no nosso caso, a implantação de galerias de captação de águas das chuvas, rede de saneamento básico, embora, este item esteja bem equacionado e andamento no município através da Sanesul. Além destes, outros mais, tais como o planejamento urbanístico como instrumento de monitoramento do crescimento da cidade que se expande e ao mesmo tempo se espalha em vez de se aglomerar ordenadamente, mas que precisa se adensar para melhorar, inclusive, a qualidade de vida dos cidadãos, desde a mobilidade urbana como acesso aos serviços públicos essenciais.

Entre os quais, se espera a  melhoria da saúde, educação, segurança pública, entre outras necessidades básicas as quais tornam a cidade um lugar com elevada qualidade de vida que influencia substancialmente no cotidiano das pessoas. O programa Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis, indica oportunidade única para uma cidade do porte de Três Lagoas crescer e desenvolver observando todos os critérios que atestarão o baixo ou elevado Indicie de Desenvolvimento Humano que atestará definitivamente o grau de desenvolvimento que nos encontramos. Mas, o que entusiasma é a possibilidade da cidade integrada em um programa desta grandeza poder ao longo das próximas três décadas obter linhas de financiamento que podem chegar a casa dos U$ 4 bilhões de dólares.

Essa importância financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e a Caixa Econômica Federal possibilitará indiscutivelmente construir-se uma cidade extremamente urbanizada e com efetiva qualidade de vida, proporcionando bem estar para as pessoas que aqui morarem e desenvolverem suas atividades de trabalho no cotidiano da cidade. A iniciativa e participação da Fibria através do Instituto Votorantim proporciona para Três Lagoas através da prefeitura municipal, que abraçou a proposta uma oportunidade impar até hoje destinada somente para grandes cidades, ou seja, as capitais brasileiras.

Os estudos já estão em andamento, o que não pode é serem interrompidos e desprezada a oportunidade. A comunidade tem o dever de participar, propor, discutir para encontrar soluções para as suas aflições, pois desta maneira todos havemos de contribuir para o desenvolvimento e bem estar da geração presente e das que hão de vir na sequencia da construção desta grande cidade.   

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