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Editorial: Ganhamos? E agora?

02/09/2017 • 13h09
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E continuam as celebrações em torno da permissão concedida pelo DNIT à prefeitura de Três Lagoas para que possa gerir a área da NOB. Num primeiro momento a impressão que se tem é de que a notícia é transformadora. Chega-se a ter a impressão que a partir de agora, a divisão histórica provocada pelos trilhos que cortam a cidade está com os dias contados. Infelizmente não é bem assim. É verdade que demos um passo importante nesse sentido. Mas para mudar a história, é preciso bem mais que uma concessão por tempo determinado. É preciso recurso financeiro, observar e cumprir as normas legais, dar manutenção e promover a preservação do patrimônio histórico e mais: determinar o que fazer com cada pedaço do “presente”.

Não fosse pela grave crise financeira que ainda enfrentamos provavelmente essa concessão viria de Brasília, acompanhada de verbas oriundas do próprio DNIT, de emendas parlamentares e até da iniciativa privada. Nós sabemos que um papel e uma assinatura era o desejo inicial da classe política local. Isso por sí, pode parecer o fim da batalha, mas não é. Será preciso agora dar início a fase de pesquisas. O que e como ocupar esse imenso pedaço de chão e como transformar os espaços pertencentes à NOB, em áreas públicas estruturadas e que possam beneficiar a população? Temos dinheiro para isso? Vamos conseguir promover os benefícios esperados ou esbarraremos nas dificuldades de sempre que é a burocracia?

Ano que vem teremos eleições. Essa notícia já atraiu políticos de diversas etnias. Uns já desejaram aparecer segurando o papel assinado. Outros alardearam o feito no segundo seguinte a assinatura do termo e teve ainda os que se calaram por não terem tido o interesse em “correr atrás”. Não estranhem se a partir de agora, políticos paraquedistas iniciarem peregrinações pela área da NOB apontando caminhos, jurando apoio e contando histórias de um temo em que a ferrovia ainda promovia transformações na economia de Três Lagoas. São os desatualizados do nosso novo momento. Identificaremos esses, pelo discurso.

Já que temos agora um papel assinado, precisamos fazer bom uso dele. Prefeito, vereadores, entidades representativas, associações e todos que se interessam pelo desenvolvimento da cidade, precisam unir forças e dar início ao passo 2 que é a elaboração de projetos e de propostas que possam atrair a atenção não apenas dos governos, mas da iniciativa privada. Se temos hoje um bom número de empresas instaladas em nosso território, que elas também possam compreender a importância desse papel e se envolver nesse episódio que é histórico por permitir que possamos interferir diretamente na própria história da nossa Três Lagoas.

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