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Melhor investimento de longo prazo

Por Redação
23/01/2009 • 06h00
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Após cinco anos consecutivos de altas expressivas, o Ibovespa - principal indicador da Bolsa paulista - acumulou queda de 41,22% durante o ano de 2008. A maior queda desde 1972, quando o índice registrou uma queda anual de 44,42%, e a segunda maior desde a criação do indicador, em 1968.

Apontada como o melhor investimento nos últimos cinco anos, a Bolsa de Valores teve um 2008 bem atípico: um primeiro semestre de fortes ganhos, atingindo o pico histórico de 73.516 pontos em 20 de maio, seguido de um segundo semestre de acentuadas perdas em conseqüência do aprofundamento da crise originada nos Estados Unidos, quando o mercado perdeu o ritmo e o Ibovespa recuou 48,92%, restringindo-se a 37.550 pontos no último pregão do ano, sendo que a pontuação mínima, de 29.435 pontos, ocorreu em 27 de outubro.

Olhando para alguns números levantados pela consultoria Economática, observa-se que, apesar de a Bolsa ter encerrado 2008 com uma queda de mais de 40%, o investimento em AÇÕES continua sendo o mais rentável entre os investimentos de longo prazo. 

Se analisarmos o período de 2003 até o final de 2008, veremos que o Ibovespa apresenta uma valorização de 233,24% enquanto que, durante o mesmo período, o CDI valorizou 146,28%, a poupança 65,50% e o Dólar -33,86%.

De 2003 até o final de 2007, o Ibovespa acumulava alta de 466,97%. Os carros-chefes da Bolsa, Petrobras e Vale, tiveram em suas ações ordinárias valorização acumulada de 907,21% e 720,80%, respectivamente.

As estatísticas mostram que investir em ações por longos períodos de tempo é mais vantajoso do que aplicar em papéis de renda fixa, mesmo num país com as taxas de juros mais altas do mundo.

Nesse tipo de comparação histórica, vale ressaltar que o Ibovespa representa uma carteira dinâmica, renovada periodicamente conforme as negociações dos papéis na Bolsa, ou seja: as ações com pior desempenho acabam perdendo liquidez e são excluídas ao longo dos anos. Para ter um desempenho semelhante ao do índice, uma carteira de ações precisa ter o mesmo espírito de renovação. A gestão de ativos em Bolsa no longo prazo deve ser dinâmica. Não vale se tornar sócio de uma empresa e olhar o seu desempenho somente daqui a 10 anos.

Para aqueles que estão pensando em entrar no mercado de ações, vai uma dica: a relação entre economia e mercado muitas vezes é controversa. Muitos esperam sinais mais concretos de recuperação econômica para “entrar” na Bolsa. No entanto, pode ser tarde demais. Economia e mercado caminham juntos, mas de maneira geral, o mercado de capitais tende a antecipar a recuperação da economia. Com isso, a alta das ações deve vir antes, sendo um bom momento para começar a investir, já que tudo aponta para um 2009 mais tranqüilo para o mercado.

Josi Santos é agente autônomo de investimento certificado pela CVM e formada em comunicação social pela UNIMEP

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