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OPINIÃO

Não há golpe

Leia o editorial da edição deste sábado do Jornal do Povo

Por Valdecir Cremon
13/08/2016 • 08h41
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A insistência da presidenta Dilma - que assim prefere ser chamada - e do PT em dizer que no país se vive o desate de um golpe, é mais uma das imbecilidades engendrada por quem quer fazer de um processo legítimo um desvio de atenção do descalabro administrativo que impuseram à administração pública federal. Saquearam, pintaram e bordaram. Usaram de todos os artifícios para sangrar os cofres públicos em detrimento de saúde, educação, segurança, creche etc. Não há mais lugar para a encenação do golpe. O Brasil tem suas instituições consolidadas institucionalmente.

Embora, o Poder Legislativo esteja sob a alça de mira da opinião pública pela ação nefanda de aproveitadores de carreira curtas, os quais não se sustentam senão pelo dinheiro que desviam e negociam nos escaninhos deformados dos gabinetes de gente mal orientada no exercício da função pública, ainda assim pode se afirmar, sem medo de errar, que a maioria dos parlamentares nas duas Casas do Congresso Nacional é mais honesta do que o time dos desonestos. 

O Judiciário, neste quadro de crise prolongada, assumiu a função de Poder Moderador, interpretando a lei e assegurando o seu cumprimento diante de incontáveis ações judiciais invocadas pela administração Dilma e de seus defensores. Tudo, sempre, à luz da lei e da aplicação do melhor Direito, hoje, num momento de intensa convivência democrática. Até mesmo os que invocam dentro do país e fora dele, prestando desserviço à Nação perante organismos internacionais, o curso de um pseudo golpe de destituição de uma governante incompetente para o exercício da função, se vergam diante das inumeráveis decisões prolatadas pelo Supremo Tribunal Federal. 

Golpe é abater uma empresa do porte da Petrobras. Não tiveram receio de levá-la à bancarrota. Roubaram e roubaram o quanto puderam. E, quanto roubaram! Mas bastaram três meses de afastamento da presidente que se tornou ré perante o Senado para a maior estatal nacional apresentar um lucro de 370 milhões de reais neste segundo trimestre. No caso do BNDES, o rombo começa a emergir: R$ 2,2 bilhões é o prejuízo do semestre de 2016. Aliás, o primeiro que aparece desde 2013. Esse rombo decorre principalmente na sua participação societária em empresas que apresentam péssimo desempenho financeiro, assim como na sua carteira de crédito, onde os recebíveis se perderam com a grave crise que assola o país, além das concessões de financiamentos que por enquanto não se sabe em quais condições foram celebrados.

Duas instituições sólidas, a Petrobras e o BNDES deram sinais de fragilidade financeira, sem contar que a Caixa Econômica Federal recuou nos investimentos de programas de moradia, saneamento básico e tantos outros programas sociais que utilizavam o dinheiro do FGTS, cujos recursos também fizeram mal uso. As pedaladas fiscais, mais a utilização de créditos decorrentes do excesso de  arrecadação do país, sem autorização congressual, evidenciam a conduta desqualificada do governo federal que nos seus estertores teima de acoimar o vice presidente da República de traidor, quando em verdade agiu e age na defesa do interesse do nosso povo, tentando restabelecer clima de normalidade democrática, administrativa, e, sobretudo, de honradez e dignidade no exercício da função, além de tentar resgatar o respeito internacional.

Se fosse golpe, certamente, o Supremo Tribunal Federal teria estancado diante da primeira invocação do ex-Advogado Geral da União e seu ex-ministro da Justiça, atualmente, seu patrono pessoal perante o Senado Federal, que julga os crimes de responsabilidade que lhe são imputados, o processo que está em curso. 

Não soube “a presidenta”, dialogar com o parlamento brasileiro. E insiste em chamar o processo criminal a que responde de golpe. Ora, jamais o Judiciário brasileiro faria o mesmo papel que juízes venezuelanos apoiados pelos governos de Lula e Dilma prestam a Nicolás Maduro. 

O Brasil é vigoroso. Está ingressando em tempos de reconciliação e sabe mostrar a sua essência como se viu na abertura dos Jogos Olímpicos que acontecem no Rio de Janeiro. Estamos gradativamente retornando a anormalidade política. Acredita-se em restabelecer a força da economia, distribuir rendas e devolver trabalho para os mais de 12 milhões de desempregos.

Consumado o afastamento da “presidenta”, havemos de retomar a normalidade institucional e econômica. Não há golpe, há sim uma medida corretiva e punitiva, prevista na Constituição Federal, que  pode ser deixada de lado ou esquecida pela insistência daqueles que infelicitam a nação brasileira. 

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