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O melhor de Nova York não está no guia

Por Redação
08/01/2009 • 05h58
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Escolas estaduais da zona leste de São Paulo começam, neste ano, a experimentar fórmulas com bons resultados na rede pública de ensino de Nova York --uma das ideias, por exemplo, é criar uma espécie de professor de pais, para aproximá-los da aprendizagem dos filhos. É apenas o reflexo de um extraordinário movimento, onde encontro o melhor de Nova York.
Tenho voltado periodicamente a Nova York, onde estou agora e morei no final da década de 1990. A cidade é um imenso laboratório de engenharia comunitária, por realizar experimentos que servem ao terceiro mundo. Um dos fatos mais notáveis, alem da queda da violência, é o gigantesco esforço para melhorar as escolas públicas. Síntese disso é a magnífica frase do prefeito Michael Bloomberg: "Quero ser avaliado pelo desempenho dos meus alunos".
Escolas públicas são geridas pela comunidade --e com resultados cada vez melhores. Diretores são afastados ou premiados, com base em metas. Professores coordenam professores assistindo às suas aulas. Chamam-se profissionais, fora das faculdades de pedagogia, para dar aula nas escolas mais problemáticas. Grandes empresas garantem emprego a funcionários que passarem um tempo dando aula.
Empresários colocam centenas de milhões de dólares para realizar experimentos os mais diversos. Com esse dinheiro, bancam-se, por exemplo, os colégios geridos por entidades sociais.
Fico apenas me perguntando se, algum dia, ainda teremos um governante disposto a condicionar seu desempenho às notas de seus alunos. O melhor de Nova York é justamente entre aula de civilidade.


Gilberto Dimenstein é colunista

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