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Praticar esportes nas escolas: uma necessidade

Por Redação
08/01/2013 • 08h28
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O Brasil está prestes a sediar uma Copa do Mundo de Futebol e uma edição dos Jogos Olímpicos, mas, mesmo assim, não se vê incentivo para as crianças e adolescentes praticarem esportes. Hoje a maioria dos jovens prefere o mundo dos jogos eletrônicos, da televisão, da navegação pela internet e outras atividades que não careçam de muitos movimentos do corpo. 

Cada vez mais a prática esportiva tem ficado em segundo plano. As escolas poderiam cumprir um papel importante no incentivo à prática de esportes, no entanto muitas delas não possuem quadras esportivas, campos de futebol, equipamentos e infraestrutura em boas condições de uso. Assim, não há como praticar esportes nesses estabelecimentos de ensino. 

Infelizmente, no Brasil o que ainda se pode perceber é que as duas únicas modalidades difundidas continuam sendo o futebol e o voleibol, o que contribui para a limitação de conhecimento e prática dos demais esportes. Isso acaba diminuindo a motivação, já que aqueles que não se identificam com o futebol e o voleibol não têm a oportunidade de apreciar outras modalidades, acabando por não praticar nenhum esporte.
 
Uma consequência dessa limitação já é evidente em nossa sociedade: a obesidade infantil. Ao longo dos anos, esse mal vem aumentando consideravelmente. As causas são inúmeras, no entanto uma das principais é o sedentarismo, que já tem ocasionado, de forma precoce, hipertensão arterial, diabetes, doenças respiratórias e até mesmo problemas psicológicos. 

A sociedade criou e elegeu um modelo ideal – pessoa magra, saudável que pratica esportes –, contudo a realidade é outra. Sabe-se que não há nenhuma criança acima do peso que não tenha sofrido bullying na escola em decorrência de seu estado físico. 

Não podemos colocar toda a responsabilidade na escola pelo sedentarismo e a obesidade infantil. Os pais e a família também são responsáveis por incentivar e motivar os filhos a praticar esportes. Cabe aqui, todavia, uma reflexão: Como cobrar dos pais que não foram incentivados quando crianças que estimulem seus filhos a praticar esportes?
 
Pesquisas mostram que, para tratar doenças decorrentes do sobrepeso e da obesidade, o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta em media R$ 3,5 bilhões todo ano. O cenário tende, entretanto, a piorar, já que os mesmos estudos apontam que, daqui a 10 anos, o valor que se gasta hoje se elevará dez vezes, chegando a R$ 38 bilhões.
 
É evidente que a escola tem papel fundamental no processo de agregar conhecimento. A busca por orientações de um profissional seria a melhor alternativa que a escola poderia buscar para a solução desse problema. O ensino sobre vida saudável poderia ser intensificado de forma que os alunos pudessem envolver-se juntamente com os professores e a comunidade local, priorizando a prática de algum esporte.
 
Por fim, sabe-se que o problema não vem de hoje, mas é preciso mudar. E que tal começar a mudança não somente com nossos pensamentos, mas também (e sobretudo) por meio de nossos hábitos, visando a uma vida melhor e mais saudável?

* Patrícia de Souza é acadêmica de Administração e Benedito Gonçalves da Silva é contador e professor da UFMS, campus de Três Lagoas

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