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OPINIÃO

Quem vai ousar?

Leia artigo do jornalista Otávio Neto, publicado na edição deste sábado (1) do Jornal do Povo

Por Otávio Neto
01/04/2017 • 09h48
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Uma cidade para ser forte economicamente, também precisa ter representatividade política nas esferas estadual e nacional. Sem isso corre-se o risco de perder oportunidades, benefícios e projetos importantes. E quando o tema é política, precisamos compreender que com a saída de Angelo Guerreiro da Assembleia Legislativa, nossa cidade perdeu representatividade estadual. Importante destacar a força de uma representatividade parlamentar, citando como exemplo que o hoje prefeito Guerreiro vem colhendo benefícios de ações que ele próprio como deputado, promoveu. 

Tenho observado o cenário político local com certa angustia. Principalmente por entender que 2018 se aproxima rapidamente. Isso mesmo, ano que vem já tem Copa do Mundo e eleições. Vamos escolher deputados estaduais, federais e dois senadores da República. As vagas de Moka e Pedro Chaves estarão em disputa, além das 8 cadeiras no Congresso e as 24 no Parlamento estadual. Ao todo serão 34 vagas disponíveis. Mas aí cabe a pergunta: quem Três Lagoas irá oferecer ao eleitor daqui e das outras 78 cidades de Mato Grosso do Sul? 
A pergunta é necessária e precisa começar a ser respondida pelos homens e mulheres que se dispuseram à enfrentar o desafio das urnas e participar ativamente da condução dos destinos da cidade. É claro que os interessados em ocupar uma dessas vagas também integram a iniciativa privada e seduz muita gente. Mas o que observo é um silêncio ensurdecedor quanto à disputa eleitoral que se aproxima à passos largos. Debater o futuro de uma cidade com a importância de Três Lagoas é uma necessidade diária e não pode ser encarado como um jogo de interesse pessoal ou de grupos.

Quanto mais nos recolhemos, mais espaço abrimos para que políticos de fora desembarquem por aqui em busca de apoio popular. Quanto mais nos negamos a debater e à conversar sobre quem vamos indicar para as disputas de 2018, mais perdemos a chance de fazer as escolhas corretas. O novo sistema eleitoral vem dificultando a vida dos candidatos. As empresas que antes despejavam dinheiro nas contas dos candidatos, não podem mais doar. A fonte secou. Com estrutura menor, os interessados vão precisar de mais tempo para convencer o eleitor de suas ideias e projetos. E quanto mais tivermos a oportunidade de avaliar os interessados, mais eliminaremos as chances de errar na hora do voto.

Portanto, penso que está faltando ousadia no meio político de Três Lagoas. E essa inércia pode custar caro. Quanto mais tempo se leva para criar uma liderança política e quanto mais nos negamos a debater essa questão, menos importância ganharemos no cenário estadual e federal. Se Três Lagoas tem se destacado positivamente na geração de emprego, renda, oportunidades e agora passa a ser um importante polo de saúde com a chegada do Hospital Regional, talvez também tenha chegado o momento de nos tornarmos referência positiva também na política. 

Uma cidade para ser forte precisa contar com lideranças fortes, bem preparadas e equilibradas. E como sabemos, nem sempre é possível encontrar pessoas com tamanhas habilidades da noite para o dia. Moldar um líder pode levar tempo e é justamente isso que não temos. É hora de acelerar.

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