OPINIÃO

O Ministério da Saúde decidiu, no início deste ano, dividir por três cada dose de vacina disponível contra a febre amarela, no país. O que parecia ser uma medida, no mínimo arriscada, foi a saída para alcançar a vacinação do triplo de pessoas para evitar o aumento de casos de contaminação pelo vírus da doença, como ocorreu em 2017. Em economia, outra medida de coragem foi o abastecimento do mercado financeiro com dólares, há duas semanas, quando o valor da moeda americana parecia não ter controle. Com a atuação forte do Banco Central, o mercado se acalmou. Nos dois exemplos, ações de coragem que não se vê com a frequência desejada ou necessária.
No mesmo momento, o governo diz não ter reservas para manutenção da BR-262 e que pode postergar sine die prioridade de sua execução, assim como a execução do projeto do contorno rodoviário de Três Lagoas. A  impressão que passa é que medidas de coragem, que são raras, faltam aos nossos representantes no Congresso Nacional. Mas, se falta planejamento e provisão para aquele passo adiante, evidencia que há passos atrasados ou descompassados com a urgência destas obra. A recuperação da única rodovia que liga a região de Três Lagoas a Campo Grande é um desses passos.
Ainda dentro das comparações, é fortuito pensar que a divisão das vacinas evitou mortes de pessoas e que acalmar o mercado financeiro agredido pela alta do dólar e a letargia econômica evitou que empresas morressem. Por acaso, recuperar a rodovia e construir o contorno também não seriam?
A classe política de todas as cidades da Costa Leste, e por que não também das cidades paulistas e paranaenses, que reconhecem a rodovia como um eixo econômico importante, precisa despertar o governo federal para a necessidade de dar esse passo de coragem adiante. Novos atrasos podem resultar na perda de vidas. 
Não é necessário compilar pesquisas para saber que motoristas, empresários e a população precisam da rodovia e que pagam pesados tributos para terem um mínimo de segurança em suas viagens.