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Resíduos sólidos: Repensando nosso cotidiano

Por Redação
19/12/2012 • 08h41
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Já há algum tempo, vimos notando que os resíduos sólidos têm ocupado cada vez mais espaço na mídia e sido tema de estudos nas mais variadas áreas do conhecimento. De tal modo, é inegável que se tornaram um enorme desafio para a humanidade; afinal, onde iremos depositar tantos restos, detritos e sobras? Em outras palavras, o que faremos com os resíduos sólidos que estamos gerando diariamente?

Cabe considerar crucial, portanto, o julgamento dos resíduos sólidos como um dos mais graves problemas ambientais do planeta, pois trata-se de algo que contamina o solo, a água e o próprio ar. Reconhece-se que durante sua decomposição há geração de gases de efeito estufa, o que contribui diretamente para o aquecimento global. Outro aspecto crônico diz respeito aos problemas de saúde pública, uma vez que pode causar doenças e abrigar ratos, baratas e moscas.

De pronto, e sem exageros, reflitam sobre o enorme volume de resíduos que geramos todos os dias. Notem como é célere o "enchimento" da caçamba de um caminhão de coleta.

Tal volume em partes é explicado pelas mudanças que vêm ocorrendo na produção, uma vez que os produtos já são concebidos com um prazo de validade determinado, ou seja, com um ciclo de vida cada vez menor, o que os torna obsoletos em curto prazo, deixando de servir. 

Cada vez mais, tem-se a impressão de que estamos vivendo em uma sociedade do descartável; afinal, tudo parece durar pouco, ter vida útil curta, virando lixo ou sucata rapidamente. 
Duas outras questões merecem ser destacadas: o volume cada vez maior de embalagens e a necessidade de não perder de vista a idolatria ao consumismo. 

Hoje, parte da humanidade já consome muito além do que necessita e do que o planeta pode atender, tanto no que tange ao fornecimento de recursos renováveis quanto ao ato de dar um fim adequado aos resíduos sólidos gerados. Ainda temos as práticas perdulárias, supérfluas e insustentáveis, que ganham força na sociedade do consumo.

Atualmente, impuseram-nos que só é bem-aventurado aquele que consome muito. Por que não nos incentivam a usar nosso tempo livre com coisas que realmente nos satisfazem, em vez de nos mandarem às compras? Exemplos de práticas que satisfazem não faltam: relacionamento com familiares e amigos; contato com a natureza; envolvimento com grupos da sociedade civil organizada; prática de atividades esportivas; enfim, estímulo a mudanças comportamentais benéficas à nossa saúde e ao meio ambiente.

É bem verdade que se fala muito em busca de melhoria da qualidade de vida, porém, se o ser humano desejar viver mais e melhor, será necessário que se encontre um caminho diferente deste em que nos estamos enveredando. Isso tudo passa diretamente pela política dos 7 R´s. É preciso Reduzir; Reutilizar; Reciclar; Respeitar; Refletir; Recuperar e, claro, ter Responsabilidade.

*Marçal Rogério Rizzo: Economista e Professor Doutor da UFMS – Campus de Três Lagoas (MS). E-mail: [email protected]

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