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Resultado de uma solidariedade natural

A arrecadação de eventos populares fizeram com que o projeto da Unidade Oncológica virasse realidade

Por Redação
27/07/2016 • 12h04
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Uma série de reportagens apresentadas nesta semana pela TVC - Canal 13, emissora integrante do Grupo RCN de Comunicação, sobre a conclusão das obras físicas da Unidade de Oncologia do Hospital Auxiliadora, é um retrato colorido e em medidas gigantescas de como a união de esforços, o sacrifício em parcelas de cada pessoa envolvida e anônimos, é capaz de executar. O resultado obtido, é mais uma vez na história do hospital, prova suficiente de que o ditado de que a união faz a força é real.


Erguer e dar o pontapé inicial em uma unidade de complexidade elevada, quase exclusiva a grandes instituições de saúde no país, é tarefa que não se executa sozinho. Foi assim em projetos mais simples, que também na história de outros hospitais, só saíram do papel quando as mãos de pessoas da sociedade se juntaram e dividiram a carga. 
A história da Unidade Oncológica é, porém, pouco diferente. O ideal que surgiu na clausura das irmãs de caridade que atuam na instituição há décadas ganhou força e chega perto de tornar-se realidade absoluta com a união de quem jamais imagina precisar de um hospital - ainda mais público. 


Foi da arrecadação de eventos populares, como encontros de adeptos do motociclismo, de cantores sertanejos e de competições de gastronomia, entre outras, como o apoio da Câmara e da Prefeitura de Três Lagoas, que o projeto ganhou a realidade. 


Mas, foi de um símbolo bastante simples da economia nacional e de um gesto que unitariamente parece ser minúsculo que pode ter sido pintada a tela da conquista: a arrecadação de moedas em cofrinhos colocados em balcões de empresas e em caixas de supermercados. 


O tilintar de moedas nos cofres era melodia nos ouvidos de quem olhava para alicerces e paredes e via grandes dificuldades para a execução do projeto. Receber as moedinhas tornou-se um cerimonial muitas vezes celebrado no ambiente recôndito de uma instituição que muitas vezes usa o silêncio para buscar o conforto.


Uma campanha para incentivar as pessoas a manterem doações desafia a crise econômica do país e busca, por meios simples e objetivos, sem peripécias de marketing ou fórmulas mágicas, encantar, envolver, sensibilizar. E consegue!


Está provado, assim, e mais uma vez, que não se constrói para o povo simples, clientes do SUS, apenas com dinheiro e poder. Construções solidificadas com o ânimo e o desprendimento de voluntários duram mais e crescem; saem de seu aspecto e formato físico para atingir o interior e a alma de quem se junta, sempre aos poucos, para estender as mãos. 


Na contramão, vê-se do poder público manifestações atreladas a interesses que divergem do solidarismo. Porque não é dele que se espera o humano, o sensível e o sensato. Porque não é dele que vêm atitudes humanas, voltadas aos mais fracos, sem haver intenções divergentes da fraternidade. 


Com o “ideal das mãos unidas”, criado pelo escritor norte-americano Rick Warren, imortalizado em seu best-seller “Uma Vida com Propósitos”, o projeto da Unidade Oncológica é um caminho sem volta. Como disse Warren em sua obra, mãos assim não se distanciam, traçam juntas sua rota e dividem o fardo de seu trabalho. 


O funcionamento da Unidade ainda depende de mais recursos. Faltam leitos, equipamentos médicos, mais profissionais e medicamentos. Tudo muito caro. Porém, uma coisa é certa: as mãos que tocaram este projeto até aqui não hão de se distanciar e nem de fraquejar, tendo como rota a conquista absoluta do planejado e com o peso distribuído por igual. O tempo registrará o resultado do empenho de cada mão encarregada disto.

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