RÁDIOS
Paranaíba, 18 de abril

Casal xingado de 'vagabundos' por deputado conversa com JPNEWS

No vídeo gravado pelo casal, Carlos Marun afirma que "a população lhe dá votos" e diz que secretária e instalador hidráulico que seguiam para o serviço são "dois vagabundos"

Por Leonardo Guimarães
19/11/2017 • 21h53
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O deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) chamou uma mulher de "vagabunda" durante uma discussão de rua, logo após deixar a sede regional de seu partido em Mato Grosso do Sul e seguir para a residência do ex-governador André Puccineli (PMDB), preso na 5° fase da operação Lama Asfaltica, batizada de Papiros da Lama, e solto dias depois pelo desembargador Paulo Fontes, da 3° Região. O marido da jovem também foi ofendido com o mesmo xingamento pelo parlamentar, além de ser chamado de "merda". O caso ocorreu na quinta-feira (16), na avenida Mato Grosso, na capital Campo Grande.

Leila Ramires Gonçalves de Oliveira, secretária, que estava acompanhada de seu marido Ezequias de Oliveira Gomes, instalador hidráulico, conversou com o JPNEWS sobre o fato e contou que tudo aconteceu durante sua ida para o trabalho. “Eu estava seguindo para o trabalho com meu marido, quando de repente ele disse ‘olha ali o Marun’, em frente o diretório do PMDB. Na hora minha reação foi de indignação com tanta roubalheira, tanta corrupção; político corrupto indo preso e ele defendendo, envergonhando nosso Estado... Minha reação foi imediata. Manifestação mesmo.”, contou.

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O momento da discussão e dos xingamentos, segundo Leila, foi minutos depois, após o deputado seguir o casal que estava em uma motocicleta, encostar o carro próximo a eles e tentar intimidá-los. “Após a minha manifestação de revolta a gente foi embora, seguimos nossa rota normal. Passando a rotatória, quase na subida da avenida Mato Grosso ele alcançou a gente, parou do nosso lado e perguntou se era eu que tinha falado aquilo, eu disse que sim, ele gritando de dentro do carro disse ‘encosta aí! Encosta!’. Foi quando encostamos. Ele pensou que iria nos intimidar”, disse.

Após pararem, descontrolado, o deputado teria começado as ofensas. “Foi aí que o deputado desceu do carro junto com o rapaz que estava com ele. Mas eu não me intimidei e fui até ele, momento em que com medo de ser reconhecido pelas pessoas que passavam pelo local ele voltou para dentro do carro. Então eu disse que nós tinhamos vergonha dele, por ter um deputado como ele representando nosso Estado; foi onde ele começou a xingar a gente de ladrão, me chamando de vagabunda e meu marido de vagabundo, ofendendo minha mãe, me chamando de ‘filha da p***’, afirmou.

Leila afirma que ficou surpresa e indignada com a situação. “Eu fiquei muito surpresa. Naquele momento em que eu o chamei de ladrão foi como protesto mesmo, indignada como eleitora, de ver ele defendendo políticos corruptos. Eu não esperava que ele iria atrás da gente, tentando nos intimidar e aos berros dizendo aquelas coisas, tirando satisfação de dois cidadãos trabalhadores. A gente não é vagabundo e não vivemos às custas do dinheiro público. Eu e meu marido ficamos muito nervosos por conta disso. De repente eu olho pro lado e ta lá, o deputado Carlos Marun nos mandando encostar, com autoritarismo... É inacreditável.”, disse.

Outro Lado

Em nota, o deputado que ficou conhecido nacionalmente ao fazer a “dancinha do arquivamento” após o plenário da Câmara dos Deputados decidir pelo arquivamento da segunda denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer, também do PMDB, se explicou afirmando que “foi agredido e reagiu”. Marun também afirmou que não tem “sangue de barata” e que “quem com ferro fere, com ferro será ferido”.

Confira a íntegra da nota:

Hoje fui agredido por ofensas em uma rua de Campo Grande. Reagi com ofensas as ofensas que recebi. Infelizmente, muitos pensam que nós políticos devemos ter sangue de barata e aceitar isto calados. Não nos conhecem, mas nos agridem. Nada sabem da nossa vida, das nossas famílias, mas se sentem no direito de nos ofender. Querem nos filmar sendo ofendidos para nos ridicularizar. Reagi. Nós somos seres humanos como são todos os brasileiros. Não somos e nem devemos ser bonecos para quem impropérios devem entrar por um ouvido e sair pelo outro.

Prefiro ser exposto em um vídeo como este do que ser motivo de chacota daqueles que me ofenderam. Não sou inimigo dos meus adversários políticos. Jamais ofendi ninguém na minha vida, mas também não sei ficar inerte quando sou ofendido. E estes exibicionistas ainda tentam se estabelecer como representantes da população. Fui ofendido e respondi assim: 'A população vota em mim. Você é vagabundo. Você é vagabunda. Aprende a respeitar quem você não conhece seu m...'.

É isto, sou o 2º deputado mais votado de MS e estou pronto para o bom debate político, mas penso que não é sendo um deputado apático e manso que cumprirei com os meus deveres. Não aceito e não aceitarei ofensas a mim, a minha família, a minha cidade, ao meu estado e ao meu país. Quem com o ferro fere, com ferro será ferido.

CARLOS MARUN
16/11/17

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