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Paranaíba, 24 de abril

'Conscientização é o melhor caminho para combater o abuso sexual infantil'

Neste sábado é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Por Talita Matsushita
18/05/2019 • 16h18
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O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é 18 de Maio. De acordo com dados da Secretaria de Direitos Humanos, é assustador o número de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no país. Estatísticas do "Disque 100" apontam que, apenas em 2017, foram feitas mais de 20 mil denúncias desse tipo. Por isso, foi criada esta data com o intuito de ajudar a combater este crime.

A escolha desta data é em memória do “Caso Araceli”, um crime que chocou o país na época. Araceli Crespo era uma menina de apenas 8 anos, que foi violentamente assassinada em 18 de maio de 1973. Este crime, apesar de hediondo, ainda segue impune.

Mariella Rossi, é psicóloga e atende no Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) em Paranaíba. Ela fala sobre a questão e alerta os pais sobre o assunto.

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Jornal do Povo - Qual a importância desta data?
Mariella Rossi - É sempre lembrar para poder tentar diminuir ou combater – o que seria o ideal, esta exploração e este abuso contra as crianças e os adolescente. O importante é conseguir passar para as crianças e adolescentes que o abuso sexual é algo que deixa constrangido, triste e o abusador pede segredo. Precisamos conscientizar.  

JP - O que pode ser considerada a violência sexual contra a criança e adolescente?
Mariella - Ela pode ocorrer de várias formas, mas no geral ela é tida como a violação de direitos sexuais, por que abusa e expõe o corpo, e isso pode ser forçando a criança em atividades sexuais impróprias para sua idade. Estas formas  de abuso acontecem de várias maneiras, mas o que mais preocupa quem trabalha nesta área é que esta violência ela ocorre muito no ambiente intra-familiar, em muitos casos tem uma relação de parentesco com o agressor e isto faz com que as crianças fiquem em dúvida do que é abuso e com quem pode falar sobre o assunto.

JP - Quando é possível identificar que esta criança ou adolescente está sendo vítima de abuso ou coagida a praticar um ato sexual?
Mariella - Os sinais aparecem e muitas vezes a família demora a perceber, tem diversos contextos, mas um dos principais sinais é a mudança de comportamento, e começa a ser mais instrospectiva e de repente desenvolve ansiedade, volta a fazer xixi na cama, tem queda no desempenho escolar, evita sair e comunicar com outras pessoas; é preciso prestar atenção nos pequenos sinais. Isto não quer dizer que sempre que acontece estes sinais a criança foi vítima de abuso, é preciso saber identificar, que normalmente é feito por pessoas que trabalham nesta área, como psicólogos, assistentes socais, Conselho Tutelar e Delegacia; são escutas especializadas.

JP - Dos casos de abuso sexual as meninas são maioria, mas os meninos também sofrem este tipo de violência?
Mariela - Sempre se fala das meninas, pois elas são a grande maioria, mas acontece sim com os meninos. 

JP - Com que idade é recomendado conversar com crianças sobre o fato de que outra pessoa não pode tocar seu corpo?
Mariela - A questão da idade é muito relativo, precisa haver uma conversa não só sobre violência sexual, abuso sexual, mas é preciso mostrar sobre o nosso corpo, que ele é nosso, que outra pessoa não pode tocar sem minha permissão, então é mais a partir do que as dúvidas vão surgindo. Mas é muito importante ter esta educação sexual, que é conversar sobre o corpo. O importante é tentar responder para as crianças o que eles perguntam.

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