RÁDIOS
Paranaíba, 26 de abril

Despachantes presos na 'Mau Despacho' permanecem detidos

A organização era bem estruturada e cada membro tinha papel bem definido

Por Talita Matsushita e Jean Martins
22/08/2019 • 15h49
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Após 21 dias da deflagração da Operação Mau Despacho, com o objetivo de desarticular associação criminosa especializada em esquentar carros de luxo, os quatro despachantes de Paranaíba continuam presos, além deles dois empresários de Rio Verde-GO também permanecem detidos. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Igor Mendes, as investigações continuam.

Os documentos, conforme o delegado, eram verdadeiros, a falsificação ocorria nos código de segurança no documento do veículo.  “Os dados eram verdadeiros, e eles adulteravam o código de segurança e o órgão emissor do documento, por exemplo, um lote do Paraná, furtado ou extraviado, eles colocaram Detran MG e alterava o código de segurança para bater com o original, eles reconheciam firma em Goiás e vinha para o despachante em Paranaíba. Já saía com o documento legal” esclareceu.

O delegado disse ainda que como o preço de venda dos veículos era aquele praticado do mercado ficaria difícil descobrir a fraude. Segundo o delegado, os despachantes de Paranaíba negam que tenham envolvimento com o crime, pois os documentos, segundo eles, já chegavam prontos.

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Mendes explica que mais pessoas foram identificadas como integrantes da quadrilha. Há sete carros apreendidos em Paranaíba, sendo que foram identificados 40 veículos alvos de fraude, porém a Polícia acredita que este número pode ser maior.

Igor ainda relata que a organização era bem estruturada e cada membro tinha papel bem definido.  O caso corre em segredo de Justiça.

O caso

Entre os presos estão dois empresários de Rio Verde de Goiás e quatro despachantes de Paranaíba. Os comerciantes, que tem garagens no estado vizinho, eram responsáveis pela locação fraudulenta e os despachantes, pela adulteração e falsificação dos documentos dos veículos.

Os criminosos identificavam os carros de luxo disponíveis nas locadoras de aeroportos das capitais brasileiras, na sequência selecionavam “laranjas” para realizar a locação dos veículos, que eram levados para Goiás. No estado vizinho, com procurações falsas os criminosos emitiam o Certificado de Registro de Veículo (CRV) e reconheciam firmas dos falsos vendedores.

Os carros seguiam para Paranaíba, onde com a ajuda dos despachantes, eram feitas as transferências fraudulentas dos carros de luxo para os nomes dos laranjas . A venda era feita pelos garagistas integrantes do bando, que assim como os demais percebiam lucros com a ação criminosa.

Conforme o delegado, o Departamento Estadual de Trânsito não tem envolvimento nas fraudes, mas as investigações apontam que despachantes, funcionários de cartórios, vendedores de carros e escritórios de advocacia integram a associação criminosa.

O grupo criminoso começou a ser investigado em maio deste ano, através da troca de informações entre a Polícia Civil e a Polícia Rodoviária Federal, após a Polícia Militar de Goiás apreender um veículo que foi locado de maneira fraudulenta, e revendido para uma terceira pessoa de boa fé.

Conforme o delegado surgindo novas evidências haverá nova fase da operação.

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