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Paranaíba, 25 de abril

Idosa com fêmur quebrado aguarda cirurgia há 17 dias

"Com 90 anos ela sempre pagou impostos e agora que precisa do SUS, cadê, não vão ajudar?”, indaga a neta

Por Lucas dos Anjos
11/06/2018 • 09h41
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A idosa Joana Maria da Silva de 90 anos está internada na Santa Casa de Paranaíba (MS) há 17 dias aguardando ser transferida para um hospital de referência com UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para realizar procedimento cirúrgico. Ela quebrou o fêmur esquerdo dia 26 de maio em uma atividade corriqueira na casa onde reside. 

“Ela estava se arrumando para ir à igreja e quando foi pegar uma roupa, esbarrou no ventilador e para impedir que ele caísse ao tentar segurar sofreu uma queda o que resultou na fratura no fêmur esquerdo”, explica Nelma Arazini, filha da idosa.

Ainda segundo Nelma, a solução para o caso da mãe é a transferência, pois ela está debilitada pelo longo período que está internada com a fratura. “Nós estamos desesperados atrás de uma vaga para transferir minha mãe, ela não pode mais ficar ali [Santa Casa] desse jeito porque senão ela corre o risco de nunca mais poder fazer o procedimento e ficar com essa fratura”, disse ela.

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“Minha avó sempre fez tudo sozinha, nunca dependeu de ninguém, sempre fazia suas coisas, adorava comer, ir à igreja e hoje eu ver ela nessa situação, numa cama de hospital, pedindo socorro, querendo ir embora para casa é muito humilhante, com 90 anos ela sempre pagou impostos e agora que precisa do SUS, cadê, não vão ajudar?”, indaga a neta Juscelen Arazini.
A família já procurou a Defensoria Pública do município para solicitar apoio e o defensor que as atenderam teria impetrado uma denúncia e que possivelmente já havia um parecer de um juiz, porém até agora nada foi feito. 

“Nós procuramos o poder público, falamos com políticos, para tentar ajudar minha avó, não é possível que só porque ela é uma idosa de 90 anos eles vão deixa-la morrer sem fazer nada, não podemos aceitar isso”, questiona a neta da idosa Joelen Arazine.
A neta conta que a família cogita a hipótese de tentar arrecadar o dinheiro para transferir a idosa e realizar a cirurgia em outro lugar, porém o valor seria superior a R$20 mil e a família não tem condições. “Faremos o que for preciso, mas sabemos que se for vender uma rifa ou algo do tipo vai demorar e minha avó não pode esperar mais tempo”, finalizou Joelen.

O outro lado

Em contato por telefone com o diretor clínico da Santa Casa, Cláudio de Souza Silva, ele explicou que o hospital solicitou a transferência, porém Três Lagoas negou por falta de estrutura para receber a paciente e realizar a cirurgia. Já em Campo Grande que seria a outra opção, há 22 paciente em espera para oito vagas.
A redação do JPNEWS entrou em contato com o médico responsável pelo caso da idosa, Ronaldo Miziara, mas ele estava em Aparecida do Taboado realizando cirurgia, segundo a secretaria do consultório e, retornaria a ligação assim que possível.

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