RÁDIOS
Paranaíba, 25 de abril

Jovem reclama da falta de emprego mesmo com curso superior

Acadêmicos sofrem pressão por conta do primeiro emprego

Por Lucas dos Anjos
12/07/2018 • 09h08
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“Gente é um saco se especializar para chegar na hora não arrumar serviço porque Paranaíba é uma cidade paternalista, que não evolui, e ainda ser sempre obrigado a fazer o que não quer”, postou em sua rede social uma jovem de 23 anos que reside no Jardim Brasília e formou-se em administração na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

A jovem conta na postagem, que fez um curso que não era seu sonho e posterior a formação não consegue arrumar trabalho, pois sempre solicitam experiência ou optam por pessoas que são amigas dos contratantes. “Você passa anos estudando para ter uma formação, aí você mora numa cidade pequena em que as empresas só contratam se você for ‘da família’ ou ‘conhecido de fulano’, você se forma em uma federal, para quando arrumar um serviço ser bom, mas dai nessa cidade só pegam com experiência, não serve de nada seu diploma’, desabafa ela.

Em contato com a redação do JPNEWS, ela, que preferiu não se identificar, contou que tentou trabalhar em uma filial de materiais de construção, mas a vaga foi negada por falta de experiência. O mesmo aconteceu em escritórios de contabilidade.

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Outro ponto que ela aborda em sua postagem é a pressão que os acadêmicos sofrem por conta do primeiro emprego. “Você acaba de formar em um curso e já vem à pressão para começar outro ou arrumar emprego”, ela pede que as pessoas tenham mais sensibilidade em entender a pressão que os estudantes sofrem e a dificuldade da colocação no mercado de trabalho. “chega gente, dá um tempo, ninguém aguenta isso, de que adianta estudar, ter diploma em federal se a cidade que você mora não dá oportunidades, chega de ficar doente por pressão dos outros e por querer respirar um pouco”, finaliza a administradora que formou este ano.

Dados

De acordo com a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) metade dos universitários brasileiros vivenciou algum tipo de crise emocional no ano passado. A depressão foi a mais representativa: atingiu cerca de 15% dos estudantes, enquanto a média geral entre jovens de até 25 anos fica em torno de 4%.

Esse fenômeno da falta de vagas para recém-formados está atrelado, segundo Hélio Zylberstajn, professor da USP, a multiplicação das instituições privadas, ao lado da maior oferta das bolsas do Prouni e do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), que facilitam o acesso dos brasileiros à graduação. De 2000 a 2014, a quantidade de instituições dessa natureza cresceu 15%. Outro fator, dizem os entrevistados, é cultural: no país, a beca é sinônimo de status.

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