Após julgamento realizado no Fórum de Três Lagoas, quarta-feira (14), em que o pecuarista e ex-bicheiro Anário Mariano Filho, Ednaldo Rocha Alves e Lindomar José de Souza foram condenados pelo assassinato de Maurício Rodrigues Oliveira a mais de 71 anos de prisão, em penas somadas, a defesa anunciou que irá recorrer da decisão, contra acusações do Ministério Público.
Segundo Fidelcino Ferreira de Moraes, advogado de Lindomar, o julgamento ocorreu após atuação do Ministério Público com base em apenas uma testemunha.
“O Ministério Público se baseou numa testemunha que ninguém conhecia e que apareceu na promotoria, sem passar pela polícia nem por ninguém, e que contou uma história absurda. Não foi ouvida em juízo, nem em plenário”, disse.
Fidelcino afirmou que, legalmente, a promotora, Ana Cristina Carneiro Dias, não poderia servir de testemunha porque ela tinha participado da investigação, inclusive colhendo depoimentos, na época.
O recurso de apelação, segundo o advogado, será apresentado em cinco dias ao Tribunal de Justiça do Estado, com pedido de anulação do júri.
O promotor do caso, Moisés Cassaroto, disse, por telefone que a acusação se baseou no depoimento de mais de 20 pessoas. “Toda prova dos autos foi debatida em plenário. O júri é soberano”, afirmou.
Ana Cristina disse que o juiz aceitou a participação dela, porém o Tribunal de Justiça é quem vai analisar se pode ou não.
Maurício foi morto com 10 tiros, dia 27 de maio de 2005, no bairro Vila Nova, em Três Lagoas, por Ednaldo e Lindomar a mando de Anário. O trio morava em Paranaíba na época. Anário era dono de bancas de jogo do bicho e o desentendimento com Maurício teria começado com o sumiço de uma aposta de R$ 2,5 mil.