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Paranaíba, 20 de abril

‘Prefiro que a loira me atenda’, diz cliente a atendente negra em restaurante

Após ser atendida pela funcionária branca e de cabelos loiros, a cliente não fez mais exigências

Por Leonardo Guimarães
07/08/2017 • 22h35
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Uma mulher recusou ser atendida por uma funcionária negra em um restaurante de Paranaíba (MS) nesta segunda-feira (7). De acordo com informações de uma fonte próxima ao caso, a mulher, branca, acompanhada de seu marido e filho, também brancos, disse que preferia ser atendida por outra atendente, apontando uma funcionária loira do estabelecimento. “Não. Não, moça. Prefiro que a loirinha me atenda”, disse a cliente.

Em conversa com o JPNEWS, uma testemunha, que preferiu não se identificar, disse que a atendente vítima de discriminação não compreendeu o que estaria acontecendo no momento, se dirigindo até uma colega e pedindo para ela atendesse a mulher em seu lugar. Após ser atendida pela funcionária branca, de cabelos loiros, a cliente não fez mais exigências.

Ainda de acordo com a testemunha, ao pagar a conta, a funcionária do caixa do estabelecimento que também é branca e loira, revoltada com a situação, ciente do caso e no intuito de interpelar a cliente, questionou se a primeira funcionária que a havia atendido, no caso a garota negra, teria a tratado mal, e por conta disso teria recusado ser atendida por ela, a mulher respondeu que era questão de gosto e que preferia ser atendida pela atendente loira. “Não. É que eu preferi ser atendida pela loirinha mesmo”, disse a mulher.

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A testemunha ainda relata que enquanto esteve próxima e acompanhando o fato, notou que a garota vítima de racismo se encontrava desorientada e sem entender o que havia acontecido. A testemunha relata que observou que os demais funcionários do estabelecimento se revoltaram com a situação, porém, a própria garota que havia sido discriminada teria preferido não tomar nenhum tipo de providência no momento.

Os colegas perguntaram se a jovem conhecia a mulher e se houve algum tipo de desentendimento entre elas no passado que justificasse a ação, mas ela respondeu que nunca havia visto a mulher, deixando claro que a principal suspeita seria de racismo.

Perguntada se conhecia a autora ou se o rosto lhe era familiar, a testemunha disse que também nunca viu a família em outros lugares da cidade.

"Se a situação fosse revelada e os demais clientes percebessem o que havia acontecido, com certeza todos no restaurante no momento partiriam em defesa da funcionária.", disse a fonte ao JPNEWS.

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