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Paranaíba, 23 de abril

'A paz acabou', diz vereador ao criticar forma de PM entregar cestas básicas

Andrew também acusou policiais militares de estarem efetuando prisões por "ideologia política"

Por Leonardo Guimarães
02/06/2020 • 14h06
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O vereador Andrew Robalinho (MDB) usou a tribuna da Câmara durante a sessão de segunda-feira (1) para criticar a forma como a PM vem realizando e dando suporte em ações sociais em Paranaíba (MS), se referindo a presença do Sargento do 13° Batalhão de Polícia Militar, Marco Antônio Benites, junto com com demais policiais, em apoio a entregas de cestas básicas arrecadadas por instituições ou em ações da própria PM. Andrew evocou uma suposta pré-candidatura do policial ao legislativo para motivar a crítica. “Eu queria saber por que a Polícia Militar não faz uma nota para saber porque que o seu pré-candidato a vereador está indo de camburão entregar cesta de alimento”, questionou após afirmar que as ações devem ser feitas. 

Durante o mês de maio a Polícia Militar, juntamente com o Rotary Clube, realizou uma arrecadação e distribuição de alimentos a diversas famílias carentes e em estado de vulnerabilidade por conta da pandemia da covid-19. A instituição também prestou apoio logístico e de segurança na entrega de donativos arrecadados por lives voluntárias.

O líder do prefeito, e provável candidato a reeleição, também afirmou que a Polícia Militar estaria prendendo pessoas por ideologia política. “To vendo a politização da PM multar, perseguir comerciantes, que por ventura tenha uma outra opção política. Eu sou da paz, mas não venha atingir pessoas que por ventura tenham ideologia política ao meu favor”, disse. O parlamentar também afirmou que a primeira viatura da patrulha rural do município foi ele quem trouxe, além de afirmar que integrantes da instituição procuram abafar possíveis erros, procurando "apadrinhados políticos" quando precisam.  

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O vereador deu um aviso ao Batalhão, afirmando que a paz terminou. “De hoje em diante a paz terminou. E quem está ouvindo sabe o que eu estou falando. Se continuar da forma que está, eu vou a Campo Grande em audiência com o secretário de Segurança Pública, com o comandante geral e relatar esses desmandos que estão acontecendo na minha cidade”, afirmou.

O "aviso" teria sido motivado pela nota emitida pelo comando do batalhão após o parlamentar criticar a ação dos policiais que prenderam Sérgio da Silva Verginio, 31 anos, após matar a facadas a ex-namorada, Valéria Ribeiro, 30 anos, em sua residência, na frente da filha, no bairro Santa Lúcia, em Paranaíba (MS). Robalinho, que também é defensor público, afirmou que os policiais deveriam ter alvejado o criminoso assim que chegaram ao local. Na nota o 13° Batalhão informou que os policiais agem também sob leis e não houve, no momento, situação em que os disparos fossem justificados. O criminoso foi encontrado sentado no chão, desferindo golpes contra o próprio abdômen e pedindo para que os policiais o matassem. Ele foi preso e entregue à Justiça.

Em nota, na manhã desta terça-feira (2), o comandante do 13° Batalhão, tenente-coronel Gilberto Gilmar de Santana, rebateu as acusações do vereador e afirmou que a instituição sempre esteve presente em causas sociais, negando politização da corporação. “Imbuídos de ajudar a população, o 13º Batalhão participou no Mês de Maio na arrecadação e distribuição de alimentos na campanha 'O Essencial Não Para!' desenvolvida em parceria com o Rotary Clube; na “Live do Bem” realizada por cantores sertanejos de Paranaíba e na “Live do Rodeio Beneficente” realizada pelo circuito ZNA rodeios. O comandante do 13º Batalhão esclarece que não tem conhecimento de lançamento de pré-candidatura a vereador de Paranaíba por parte de qualquer policial militar lotado na unidade e reitera que o compromisso da Polícia Militar com a população é de que não serão medidos esforços para fornecer um serviço de qualidade e prover uma maior sensação de segurança a população, e de levar para muitas pessoas necessitadas a ajuda que anseiam neste momento de crise.”, pontuou.

Ouça o discurso e a leitura da nota policial: 

 

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