RÁDIOS
Paranaíba, 26 de abril

Vizinho reclama de 'catadora de papaleão' no Santo Antônio

A idosa contou que a venda dos materiais é uma renda extra para complementar sua aposentadoria

Por Talita Matsushita
08/12/2017 • 13h59
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Um morador da rua Benedito da Palma Oliveira, bairro Santo Antônio, Paranaíba (MS), que pediu para não ser identificado, reclama que sua vizinha, Geralda Carolina de Jesus, 74 anos, acumula materiais recicláveis para vender e isso faz com que, segundo ele, gere mal cheiro e atraia insetos para sua residência. Cansado de reclamar na Prefeitura e não ver solução para o caso, o homem procurou a reportagem do JPNEWS para saber como poderia resolver o problema. Eles são vizinhos há pelo menos 30 anos.
 
Segundo a engenheira ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Érica Lamblém, não há muito o que se fazer neste caso, pois no município não existe uma legislação que proíba que os moradores acumulem estes materiais em suas casas; o que a Vigilância Sanitária faz é vistoriar o local e ver as condições. No caso desta idosa, funcionários do órgão já estiveram lá e não encontraram irregularidades, pois ela guarda e separa os materiais em bolsões e vende toda semana.
 
Érica explicou ainda que o acordo firmado com o Ministério Público, sobre a implantação do aterro sanitário em Paranaíba, regulamenta esta proibição e prevê a criação de uma lei que proíba o acúmulo de materiais em residências, mas ela não soube dizer o prazo que a Prefeitura tem para a colocar a nova prática em vigor.
 
A reportagem esteve na casa da idosa, conversou com ela e pode notar que existe uma organização, os materiais ficam armazenados nos bolsões, no quintal de terra, embaixo de uma mangueira.
 
A idosa  contou  que a venda dos materiais é uma renda extra para complementar sua aposentadoria, de um salário mínimo (R$ 937), pois somente com remédios ela gasta aproximadamente R$ 500. Ela contou também que não trabalha com recicláveis porque quer, mas sim por necessidade e há 35 anos é ‘catadora de papelão’.
 
Ninguém nunca me ajudou, eu não entendo porque esta pessoa fez a reclamação. A vida de pobre é triste, eu preciso me virar para sobreviver. Tenho os braços finos e o rosto enrugado de sofrer, se a pessoa que reclamou me der um salário eu largo hoje de pegar papelão. Trabalho porque eu preciso, não porque eu quero”, desabafou.
 
A casa em que a idosa mora pertence a filha, e muitas pessoas chegam a levar papelão em sua residência, pois sabem que ela vende o material.
 
O valor dos recicláveis é de R$ 0,15 o quilo e ela consegue cerca de R$ 300 mensais com a venda do produto.
 
Em Paranaíba cerca de 40 pessoas são catadoras de recicláveis, conforme dados da Secretaria de Meio Ambiente; recentemente um destes locais recebeu uma ação de retirada de materiais no Jardim Karina, pois conforme Érica o local era insalubre e não tinha nenhuma organização. (Colaborou Lucas dos Anjos)

 

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