RÁDIOS
Três Lagoas, 19 de abril

Ayache não fala em candidatura a prefeito de Campo Grande

Ricardo prefere não falar em nova candidatura, após disputa pelo Senado em 2014

Por Valdecir Cremon
16/01/2016 • 12h26
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Médico com especialização em cardiologia, com diversos diplomas na parede e um currículo que inclui a presidência de um importante plano de saúde, além de outros cargos, funções e a disputa de uma campanha eleitoral ao Senado, em 2014. Ricardo Ayache tem uma ampla visão do “mercado” da saúde no país e posicionamento político definido - embora prefira não falar em nova candidatura, ao menos por enquanto. O nome dele aparece entre os citados para concorrer à Prefeitura de Campo Grande, onde - como disse em entrevista - escândalos afetaram a autoestima dos moradores. 

ornal do Povo - As operadoras e os planos de saúde têm sido castigados por alterações na legislação e nas regras de atendimento a conveniados com bastante frequência. Como a Cassems administra isso?
Ricardo Ayache - A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) dita o teor do contrato firmado entre um plano de saúde e um prestador de serviço e isso limita a negociação e dificulta o planejamento. Para administrar essa situação, a Cassems investe em sua Rede Própria para, assim, ter maior tranquilidade para o gerenciamento dos custos e, da mesma forma, o controle em mãos da qualidade dos serviços prestados. 

JP - As exigências de mais coberturas, como a de pacientes com dengue, têm aumentado custos e exigido reavaliações de valores cobrados?
Ayache - O novo rol determinado pela ANS entrou em vigor no dia 02 de janeiro e inclui 21 novos procedimentos os quais os planos de saúde devem incluir em suas coberturas e entre eles está o teste rápido do diagnóstico de dengue. Sem dúvidas, o aumento dos custos é inevitável. O rol de procedimentos da ANS desperta a judicialização da Saúde que ocasiona um desequilíbrio no custeio do plano, beneficiando um único indivíduo em detrimento de toda coletividade de associados.

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JP - Os planos de saúde “sempre ganharam muito”, como se acostumou a dizer, no país?
Ayache - Os elevados custos da saúde, a constante atualização do Rol ANS, a diária procura da Rede Credenciada em reajustar suas tabelas, além do envelhecimento populacional, tornam as arrecadações insuficientes para suprir os custos. Exemplo disso foi o recente encerramento das atividades de um grande plano de saúde de São Paulo. A administração de um plano somente é possível com uma gestão séria, transparente e participativa, é por isso que a Cassems é um exemplo de gestão para todo o território nacional.

JP - Quais os planos de expansão da Cassems a médio e longo prazo?
Ayache - Vamos ampliar a rede de atendimento no interior, os programas de atendimento às doenças psicossociais e aos idosos. A ampliação da nossa rede própria também é prioridade, com a construção do nosso hospital em Corumbá e de quatro Centros de Diagnósticos em Corumbá, Naviraí, Coxim e Três Lagoas e um Centro de Prevenção em Dourados. Os programas de prevenção também serão ampliados e implantaremos um novo sistema de gestão, com mais agilidade nos processos operacionais. Além do nosso hospital próprio em Campo Grande, que vamos inaugura ainda no primeiro semestre de 2016.

JP - Qual sua opinião sobre a política econômica do governo Dilma?
Ayache - Ainda que tenhamos que levar em conta um cenário internacional extremamente desfavorável para a economia, não podemos deixar de apontar os erros do governo na condução da política econômica que levaram a retração da economia brasileira, trazendo prejuízos a toda a população.

JP - Após muitas denúncias e acusações, a presidente corre o riso de sofrer um processo de impeachment e deixar o governo?
Ayache - A Constituição define o impeachment como uma penalização ao mandatário que cometer crimes de responsabilidade. Não é uma ferramenta da política e seu uso político tem trazido problemas para o país. Até o momento não há indícios claros de crimes cometidos pela presidente, mas o processo deve seguir seus trâmites dentro das regras institucionais. Antes de tudo, deve ser respeitada a soberania popular exercida pelo voto e as instituições do Estado Democrático de Direito.

JP - Quais suas pretensões políticas para 2016? Prefeito de Campo Grande, por exemplo?
Ayache - Ninguém é candidato de si mesmo. Faço parte do PSB agora e o partido, no devido tempo, vai tomar suas decisões. Vivemos um momento crítico com tudo o que aconteceu nos últimos meses e é necessário resgatar a autoestima da cidade. Num cenário como este, atropelos não são bem vindos, é necessário muito diálogo com os diversos atores que vivem a cidade para estabelecermos um projeto para Campo Grande que atenda as necessidades da população.

JP - Está em seus planos políticos ampliar bases no interior de MS para repetir a candidatura ao Senado em 2018?
Ayache - Devagar com o andor que o santo é de barro. Estamos começando 2016 e nós precisamos trabalhar muito para melhorar a vida das pessoas.

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