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Três Lagoas, 25 de abril

‘PMDB pode sentir desgaste de ligação com o PT’

O deputado federal Carlos Marun reconhece o desgaste político-eleitoral na coligação PMDB-PT para eleição e reeleição da presidente Dilma Rousseff

Por Valdecir Cremon
06/02/2016 • 09h35
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A coligação PMDB-PT para eleição e reeleição da presidente Dilma Rousseff pode custar um desgaste político-eleitoral ao partido do deputado federal Carlos Marun, nas eleições municipais deste ano. O risco é admitido pelo parlamentar, apesar de sua defesa de que o partido é independente em Mato Grosso do Sul em relação ao restante do país e ao próprio governo federal. Para Três Lagoas, Marun defende empenho na tentativa de manter o partido no governo. Embora também reconheça dificuldades para isso.

Jornal do Povo - O PMDB se desgastou por sua ligação com o PT. Em Mato Grosso do Sul, como será a campanha eleitoral deste ano para o partido?
Carlos Marun - O fato de o PMDB estar nacionalmente próximo ao PT - independentemente de nós de Mato Grosso do Sul termos uma posição de independência em relação a esse governo - pode trazer dificuldades ao nosso partido nas próximas eleições. 

JP - Esse desgaste pode afetar as campanhas nas cidades?
Marun - A campanha do PMDB em Mato Grosso do Sul deve ser firmada em nossas administrações, pela eficiência que alcançaram. Três Lagoas, por exemplo, é uma cidade com um marco do PMDB, como uma das mais importantes do Estado. Acho que devemos ter este rumo nas eleições.

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JP - Em sua opinião, peemedebistas ainda podem se coligar com petistas?
Marun - Sou completamente contrário a qualquer tipo de coligação com petistas. Isso só poderia acontecer em situações absolutamente excepcionais e como absolutas exceções. O PMDB tem que estar nas urnas enfrentando o PT e o seu modo de governar, que tantos prejuízos tem trazido às cidades sul-mato-grossenses e ao Brasil. 

JP - Haverá candidatos peemedebistas em todas as regiões, ao menos nas principais cidades do Estado?
Marun - Mesmo que em função de adversidades nós tenhamos tido algumas dificuldades, é e evidente que o PMDB tem modificado, tem mudado para melhor as cidades sul-mato-grossenses, onde nós vencemos as eleições. Além de Três Lagoas, Campo Grande teve maior desenvolvimento com nossas administrações do governador André Puccinelli e, posteriormente, do Nelsinho [Trad], que modificaram as cidades. Eu acho que este tem que ser o principal enfoque das nossas campanhas.

JP - Como o sr. pretende atuar na eleição em Três Lagoas e na Região Leste do Estado?
Marun - Defendo e sempre defendi que devemos ter candidatos em todas as cidades de Mato Grosso do Sul. Em não sendo isso possível, a ideia é coligar com partidos  que tenham já uma tradição de parceria conosco e buscar sempre rivalizar com o PT. Vou atuar na região de Três Lagoas desta maneira, como em todo o Estado.

JP - Sua atuação na investigação de denúncias contra o presidente da Câmara foi fundamental, nesta semana, para paralisação do processo. Será fundamental para seu arquivamento?
Marun - Eu não acredito e nem defendo o arquivamento desta denúncia. Simplesmente defendo que o deputado seja processado de forma condizente com a gravidade do delito que está sendo julgado na Câmara dos Deputados. Nós temos que separar o [Eduardo] Cunha do STF, que vai ser julgado no STF, onde, por sinal, ele sequer é réu, já que a denúncia da Procuradoria-Geral da República sequer foi aceita até agora - tão fracas são as provas apresentadas - e o que está sendo julgado na Comissão de Ética, que é o fato de o deputado ter omitido que possuía um investimento na forma de ‘trust’ na Suíça. Eu entendo que ele errou, que deveria, mesmo que não tenha mentido, ele omitiu e isso não é cabível, não é condizente com a melhor atitude que se espera de um presidente da Câmara. Eu entendo que ele deveria ter falado isso e deve sofrer punição. Mas, não trata-se de um caso de cassação de mandato. Se ele vier a ser cassado, terá de ser em função da comprovação do recebimento por ele de recursos ilícitos. E isso quem vai conseguir provar é a procuradoria junto ao STF e não junto à Câmara dos Deputados.

JP - Como será sua atuação em caso de o processo prosseguir?
Marun - Eu defendo que o presidente do Conselho de Ética [José Carlos Araújo (PSD-BA] pare de ‘jogar com a torcida’. Pare de querer produzir notícias e toque o processo em conformidade com o Regimento da Câmara, para que o processo tenha efetivamente andamento. Ele já atropelou o regimento lá no STF para conseguir a anulação da comissão eleita para o impeachment [de Dilma Rousseff] e atrasa de forma vergonhosa o andamento deste processo de impeachment, e agora quer atropelar o regimento no Conselho, buscando uma celeridade no processo que envolve o deputado Cunha. Ou seja, PT e governo quer ‘tratorar’ a Câmara, fazendo as coisas como eles acham que deve ser e não como está estabelecido no regimento. Eu não vou aceitar isso. Era justo o pedido de vistas que fiz, porque, ninguém até agora se dispôs a debater comigo a respeito desse assunto.

JP - A presidente Dilma Rousseff deve mesmo sofrer impeachment? 
Marun - A presidente evidentemente cometeu crime de responsabilidade. Está previsto no artigo 86 da Constituição que desconsiderar a lei orçamentária é crime de responsabilidade. O governo não pode gastar como quer e quanto quer. Tanto que quebrou o país e agora vai ter quee responder por esse crime. Eu tenho certeza de que ela deve ser julgada e, na minha opinião, salvo melhor juízo, ela deve ser cassada, porque os prejuízos que sua irresponsabilide fiscal tem causado ao país são evidentes.  

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