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Acidente em plataforma da Petrobras mata um e fere dois

Segundo informações da Petrobras, houve uma falha de uma válvula de bloqueio na plataforma

Por Redação
05/01/2009 • 14h06
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A Petrobras confirmou em comunicado acidente ocorrido na plataforma FPSO P-34, que opera no campo de Jubarte, no litoral sul do Espírito Santo, a 130 quilômetros da capital Vitória. De acordo com a empresa, o acidente ocorreu no domingo, por volta das 23h15, e deixou um morto e dois feridos. Devido ao acidente, a produção da plataforma foi paralisada, e ainda não tem previsão de reinício, embora a estatal informe que as providências para a retomada da produção já estão em andamento. 

Segundo informações da Petrobras, houve uma falha de uma válvula de bloqueio na plataforma. O acidente causou a morte do caldeireiro William Robson Vasconcelos, de 28 anos, morador do município de Serra (ES), contratado da empresa UTC Engenharia, que presta serviço à Petrobras.

Ainda segundo a empresa, outros dois empregados da empresa UTC Engenharia, Mário Alves de Souza e Marivaldo Pedro Alves de Souza, sofreram escoriações leves, foram atendidos imediatamente na enfermaria da plataforma e liberados em seguida. A estatal informou ainda que, juntamente com a empresa UTC Engenharia, a empresa está prestando assistência à família da vítima. "A Petrobras já comunicou a ocorrência aos órgãos competentes e instaurou comissão técnica para analisar as causas do acidente", informou a empresa, em comunicado.

Pré-sal

O acidente ocorreu na plataforma que retirou o primeiro óleo do pré-sal brasileiro. A unidade havia sido inaugurada com pompa pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em setembro de 2008 e tinha capacidade para produzir 60 mil barris por dia. Este volume, no entanto, ainda não havia sido atingido. Atualmente a plataforma estava com produção na casa dos 40 mil, sendo 15 mil barris diários vindos de um poço perfurado abaixo da camada de sal. Outros quatro poços traziam o óleo encontrado acima do sal.

Descoberto em janeiro de 2001, Jubarte faz parte de um complexo batizado de Parque das Baleias, que possui reservas em torno de 4 bilhões de barris de petróleo equivalente (somado ao gás). Além de Jubarte, já foram encontrados indícios de óleo no pré-sal de Cachalote, Pirambu, Caxaréu e Baleia Franca.

Ao contrário das descobertas do pré-sal na Bacia de Santos, no chamado Pólo de Tupi, no Parque das Baleias, região norte da Bacia de Campos, já no litoral capixaba, há reservas também acima da camada de sal, porém de óleo pesado. Além disso, no Parque das Baleias, a placa de sal é menos espessa (cerca de 200 metros, ou dez vezes menos do que a de Santos, com 2 mil metros) o que permitiu que o óleo "vazasse" para níveis superiores. Daí a expressão de uma bacia de petróleo abaixo da outra. Nos reservatórios do pré-sal, porém, o petróleo é de melhor qualidade. As jazidas mais profundas têm óleo com grau API (medida internacional de qualidade) entre 28 e 30. Já as primeiras reservas de Jubarte têm óleo de 17º API. Por essa medida, quanto maior a gradação, melhor a qualidade do petróleo.

A principal estratégia da Petrobras para o Parque das Baleias é utilizá-la para compor os parâmetros para conhecer melhor as dificuldades para extrair o óleo localizado abaixo da camada de sal. Seria como um piloto para explorar o pré-sal da Bacia de Santos, mais complexo devido não só à profundidade (cerca de sete mil metros) como também à distância em que os reservatórios estão da costa (cerca de 300 quilômetros). Em Jubarte, as distâncias são de 70 quilômetros e a profundidade máxima, de 4,5 mil metros.

A perspectiva da Petrobras para Jubarte era de que uma nova plataforma, a P-57, com capacidade para produzir 180 mil barris por dia entrasse na área a partir de 2011. A unidade inicialmente deveria receber dois poços do pré-sal e outros de jazidas acima da camada de sal.

 

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