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Após adolescente ser achado morto, índios invadem fazenda

A advogada do fazendeiro, Sueli Silva, disse que seu cliente irá se apresentar na delegacia de Caarapó.

Por Redação
20/02/2013 • 12h01
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Cerca de 200 famílias da aldeia Tey’ikue ocuparam área da fazenda Santa Helena, na região de Caarapó, em protesto pelo assassinato do indígena Kaiowá Denilson Barbosa, de 15 anos, ocorrido na manhã do último domingo (17).

Segundo os indígenas, o garoto foi assassinado na área da fazenda, de propriedade de Orlandino Carneiro Gonçalves . No sábado de tarde, a vítima saiu para pescar com o irmão mais novo, de 11 anos, e outro índio, no sábado (16) à tarde. Os três pretendiam ir a um córrego cuja nascente fica no interior da terra indígena e que cruza algumas fazendas próximas. Ao passarem próximo a um criadouro de peixes, os três foram abordados por homens armados que, segundo os dois índios sobreviventes, atiraram. Na fuga, Denilson teria ficado preso em uma cerca de arame farpado, foi alcançado pelos pistoleiros e agredido.

Após o enterro do jovem Kaiowá, na tarde desta segunda-feira dentro da própria localidade, familiares do indígena assassinado começaram a erguer barracos, no sentido de protestar contra o assassinato e retomar o território reivindicado como tradicional. "Estamos dormindo ao ar livre, quase não temos lona, mas não vamos sair daqui", garante um indígena.

A advogada do fazendeiro, Sueli Silva, disse que seu cliente irá se apresentar na delegacia de Caarapó.
Segundo os indígenas, a terra onde hoje incide a fazenda, faz parte do antigo tekoha Pindoty, tradicionalmente ocupado pelos Kaiowá antes das expulsões, ao longo do século XX.

Os indígenas reivindicam a presença permanente da Força Nacional na área para garantir a proteção das famílias.

Na manhã de ontem, a Polícia esteve no local para tirar o gado da propriedade.

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