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Penitenciária terá reforço de agentes a pedido da OAB

O número de agentes que serão lotados no presídio ainda não foi repassado à direção

Por Redação
17/01/2009 • 06h03
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A direção da Penitenciária de Segurança Média, em Três Lagoas, está na expectativa pelo aumento no quadro de agentes penitenciários. Nesta semana, a Agência Estadual do Sistema Penitenciário (Agepen) anunciou que irá reforçar o efetivo da unidade já na segunda-feira (19).
De acordo com o diretor da penitenciária, Sílvio Rodrigues, a intenção da Agepen é transferir agentes penitenciários lotados em outras unidades penais do Município para atender a defasagem da Média, estimada em mais de 60%, atualmente.
“Ainda não nos foi repassada a quantidade de agentes que serão disponibilizados para reforçar nossa segurança. Também não sabemos se este reforço será por definitivo, ou provisoriamente, até que haja a convocação dos aprovados no último concurso [ainda em aberto]. Mas toda ajuda é bem vinda. Estamos esperançosos com essa medida”, disse o diretor.
A medida visa atender a uma solicitação da diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil de Três Lagoas (OAB-TL). De acordo com o divulgado pela instituição, o acesso de advogados na unidade está prejudicado pela falta de segurança. O problema foi repassado à OAB de Mato Grosso do Sul, que levou o assunto ao conhecimento do diretor de Operações da Agepen, Luiz Alberto Ojeda.
Em resposta, o diretor garantiu que os agentes penitenciários que irão auxiliar o quadro de efetivos foram lotados ainda ontem (16) na Média.

SUSPENSÃO DE SERVIÇOS

O acesso de advogados aos internos não foi o único serviço que sofreu alterações por conta da rebelião do dia 1º de janeiro. Conforme o diretor, por falta de segurança, toda a rotina da penitenciária teve de ser alterada. As visitas, por exemplo, tiveram de ser reduzidas a somente uma pessoa por preso. Já os banhos de sol, realizados anteriormente em sistema de rodízio entre os pavilhões, foram reduzidos a uma hora diária em cada pavilhão. E o setor de trabalho foi suspenso por tempo indeterminado. Apenas os serviços essenciais foram mantidos após a rebelião. Entre eles: o na cozinha e a faxina. “Todas as alterações foram oficializadas ao poder Judiciário, à Promotoria e à OAB. O Juiz chegou a nos visitar e eles entenderam a nossa situação. Após a rebelião, nosso quadro de efetivo reduziu ainda mais”, completou Rodrigues. Na rebelião, quatro agentes foram feitos reféns e permanecem afastados por ordens médicas.
O diretor acredita que assim que o reforço de agentes chegar a unidade – dependendo da quantidade - todos os serviços poderão retornar à normalidade. “Quando se muda a rotina do presídio, aumenta a tensão não apenas dos presos, mas dos agentes também. Todos são afetados. A nossa intenção é retornar ao normal o mais rápido possível. Estamos apenas aguardando a chegada dos agentes”, disse.
Nesta quarta-feira (14), representantes da Agepen estiveram em Três Lagoas para acompanhar um pente-fino realizado em parceria com 50 policiais da Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais (Cigcoe). Após a vistoria, onde foram encontrados celulares, drogas e armas artesanais, os representantes aproveitaram para saber, da direção, os problemas da unidade. Um relatório completo com os danos causados no motim foi entregue aos representantes para avaliação. Até o momento, somente as três celas que haviam sido interditadas na tentativa de fuga em massa, ocorrida no dia 2, foram reformadas e já estão com presos.
Seis presos foram identificados como proprietários dos materiais ilícitos encontrados durante o pente-fino. “Aqueles que estavam com celulares responderão a uma comissão disciplinar interna. Já em relação às drogas, um boletim de ocorrência foi registrado e o interno responderá por mais um crime”, disse Rodrigues. Atualmente, a unidade penal abriga 537 presos. A capacidade do presídio é para 242 internos. Não houve transferências após o pente-fino.

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