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Delcídio faz acordo de delação premiada e acusa Dilma

O senador prestou depoimento antes de deixar a prisão; detalhes foram divulgados pela revista Isto É

Por Kelly Martins
03/03/2016 • 11h07
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O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) acusou a presidente Dilma Rousseff de tentar interferir na Operação Lava Jato por meio do Judiciário. A revelação foi feita por Delcídio após acordo de delação premiada perante a Procuradoria-Geral da República e publicada pela revista Isto É, que antecipou a edição e divulgou detalhes do depoimento, nesta quinta-feira, 3.

Delcídio foi preso na Operação Lava Jato, no dia 25 de novembro de 2015, e solto em 29 de fevereiro. Porém, antes de deixar a prisão, prestou depoimento à Polícia Federal. De acordo com a publicação, Dilma teria conversado com auxiliares e nomeado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ministros que seriam favoráveis às teses dos advogados dos acusados.

A iniciativa teria como objetivo ajudar empreiteiras e políticos alvos da força-tarefa. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, afirmou Delcídio na delação, segundo a revista. Cardozo deixou esta semana o ministério alegando sofrer pressões do PT para interferir na Lava Jato. Ele foi nomeado por Dilma para a Advocacia Geral da União (AGU).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva também foi citado na delação. Segundo Delcídio, Lula foi o responsável por marcar uma conversa entre o senador e o filho do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró. A reunião com Bernardo foi gravada e gerou a prisão do petista, que prometeu influenciar o STF.

A defesa do parlamentar apresentada ao Conselho de Ética do Senado alega que a conversa foi gravada sem autorização do Supremo Tribunal Federal. Delcídio afirma ainda que não fazia parte de nenhuma organização criminosa. 

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