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POLÍTICA

Doleiro preso cobra R$ 44 milhões da empresa Eldorado Brasil

Ele é apontado como operador do ex-presidente da Câmara dos Deputados, em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

Por Ana Cristina Santos
01/07/2017 • 13h00
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O doleiro e corretor Lúcio Funaro move uma ação na Justiça contra a Eldorado Brasil, empresa de celulose com fábrica em Três Lagoas, para cobrar uma conta de R$ 44 milhões. Funaro está preso há um ano. Ele é apontado como operador do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

EMPRÉSTIMO

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o valor cobrado por ele, deveria ter sido pago pela intermediação que realizou entre a empresa e a Caixa Econômica Federal para a liberação do empréstimo de R$ 940 milhões com FI-FGTS, recurso que compôs a estrutura de financiamento da fábrica de celulose de Três Lagoas.

Segundo delatores, o recurso trata-se do mesmo empréstimo que teria servido de base para pagamento de propinas ao corretor e ao ex-deputado Eduardo Cunha e que levou Funaro à prisão.

Funaro, no entanto, alega que se tratava de um contrato legítimo, assinado em 2012, entre a Viscaya Holding, uma de suas empresas e a Eldorado Brasil, e que até agora não recebeu pelo serviço prestado.

DOCUMENTO

Ainda de acordo com o Estadão, no processo judicial contra a Eldorado, que corre na Justiça paulista, Funaro anexou o contrato firmado entre as empresas. O contrato foi assinado pelo presidente da Eldorado, José Carlos Grubisich e previa que a Viscaya prestasse assessoramento para estruturar empréstimos de longo prazo para a empresa de celulose. O valor acertado era de R$ 32,9 milhões. Agora, Funaro pede na Justiça R$ 44 milhões, já contando com a correção pela inflação.

A defesa de Funaro alega no processo que a cobrança se refere ao serviço prestado para a liberação do empréstimo do FI -FGTS e chegam a anexar uma série de reportagens de 2012 quando a empresa obteve o crédito.

Ainda segundo o jornal, a alegação é de que apesar de o serviço ter sido prestado há tanto tempo, havia uma negociação amigável para o pagamento, que teria sido interrompida pelas “calúnias” ditas nas delações dos irmãos Batistas, donos da J&F Investimentos, que detém um conglomerado de investimentos, entre eles, a Eldorado Brasil.

A Eldorado, por sua vez, nega qualquer intermediação de crédito, e disse que o contrato nunca foi performado, e que não houve prestação de serviço, portanto, alega que a cobrança é indevida”.

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