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Eleições 2012

Tidico diz que expansão industrial fez aumentar passivos sociais e ambientais

Por Claudio Pereira
13/09/2012 • 09h29
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O candidato do PRP à Prefeitura de Três Lagoas, Luiz Antonio da Silva Martins, o Dr. Tidico, como é apresentado na urna eletrônica, diz que se for eleito vai adotar um programa voltado ao cidadão e não a aspectos físicos da cidade. A razão, segundo ele, é o processo de industrialização que, a seu ver, deixou passivos sociais e ambientais “muito grandes”. 
Para o candidato do PRP, os passivos sociais a que se refere são a “hipertrofia de serviços públicos, supervalorização de aluguéis, filas em bancos, falta de transporte público e demandas represadas na educação e saúde”.

“Fisicamente, o município vai bem, obrigado. Ultrapassou a barreira, mas a grande discussão não é se vai crescer ou não, mas se vai crescer com qualidade ou sem qualidade”, afirmou Luiz Antonio Martins. Tidico é o primeiro entrevistado da série que o Jornal do Povo faz com os candidatos a prefeito. Amanhã, será divulgada entrevista com o candidato Ângelo Guerreiro (PSD) e, no sábado, serão mostradas as propostas da candidata Márcia Moura (PMDB). 
Candidato a prefeito pela segunda vez, “Dr. Tidico” diz-se entusiasmado com a campanha. No contato com o eleitor, segundo ele, está defendendo um “plano a longo prazo para que o cidadão possa tomar posse da riqueza que está sendo gerada pelas indústrias em Três Lagoas”.

O candidato do PSD afirma que a qualidade de vida piorou com a vinda das grandes empresas, quando o normal seria o contrário. “O cidadão de Três lagoas não consegue ser atendido em bancos, nas escolas e nos postos de saúde. A qualidade de vida despencou”, avalia o candidato, para quem o poder de compra da população radicada no município caiu, pois não teria crescido na proporção do aumento do Produto Interno Bruto (PIB) local. 

DESAFIOS E SOLUÇÃO
Luiz Antonio da Silva Martins diz que a solução para melhoria da qualidade de vida da população passa pela “rediscussão, com as indústrias, do passivo social gerado com a instalação de fábricas. “As empresas colocaram mais de 30 ônibus no trânsito de Três Lagoas, mas nenhuma delas instalou sequer um posto bancário em suas fábricas. A sociedade paga um preço caro por esse desenvolvimento”, afirmou Tidico. Na sua opinião, as indústrias também poderiam participar da rediscussão da falta de médicos nos postos de saúde, falta de creches e escolas”.  

O candidato diz que “empresa com faturamento de US$ 40 milhões líquidos” poderia “contribuir mais com o desenvolvimento social” e compara: “são dois prêmios da Mega-Sena acumulados todos os meses e nada disso ou pouco disso fica na cidade. Nada é revertido em melhoria da qualidade de vida do cidadão”, afirma o candidato, acrescentando que “discutiu-se o custo-benefício, mas sem se atentar ao passivo ou ter coragem de cobrar. “Corremos o risco de criar uma grande favela e transformar Três Lagoas, daqui a 20 anos, numa Cubatão”.

Tidico diz também que o passivo ambiental é grande e desproporcional aos lucros da indústria. Ele afirma que encomendou estudo que mostra Três Lagoas numa bolha, cercada de indústrias geradoras de calor nos quatro cantos. “Aqui, é uma ilha de calor. Acredito que estamos desenvolvendo uma matriz econômica equivocada, mas isso não tem volta por causa dos investimentos. O cidadão merece e precisa absorver parte da riqueza que está sendo levada para fora do município”, afirma o candidato do PSD, destacando que os serviços e políticas públicas para melhorar a qualidade de vida da população deveriam compensar os lucros da industrialização.

O CANDIDATO
Luiz Antonio da Silva Martins, 49 anos, casado, natural de Três Lagoas, é licenciado em Educação Física, bacharel em Ciências Sociais com ênfase em Publicidade e Propaganda e bacharel em Ciências Jurídicas, regularmente inscrito na Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul (OAB-MS).
 

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