Durante entrevista à imprensa após apresentar sua equipe de transição ao prefeito Nelsinho Trad (PMDB), o prefeito eleito Alcides Bernal (PP) considerou justo o percentual de reajuste anunciado pelo adversário na cobrança do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) em Campo Grande.
O imposto deve sofrer um reajuste linear de 5,31% em 2013, cujo índice foi divulgado nesta segunda-feira pelo prefeito durante reunião com vereadores.
“É um reajuste justo”, sintetizou Bernal, que se encontrou com Nelsinho pela primeira após as eleições de outubro.
Ainda em campanha à prefeitura, Bernal usou como principal bandeira o congelamento do IPTU. No entanto, mudou o discurso um dia após a proclamação do resultado do segundo turno das eleições, pelo TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral).
Apesar das divergências políticas durante a campanha eleitoral deste ano, os dois líderes políticos prometeram uma transição pacífica por meio de um diálogo aberto e transparente, sobretudo sem impeditivos.
Nelsinho e Bernal assinaram um documento que oficializa o processo de transição de governo, cujo teor deve ser publicado na edição desta quarta-feira (14) do Diário Oficial do Município.
Nelsinho garantiu que não irá criar obstáculos e negou qualquer possibilidade de queimar documentos para impedir acesso a informações na prefeitura, conforme polêmica que veio a tona nos últimos dias.
Integram a comissão de transição por parte de Bernal o cientista político José Luciano de Mattos Dias, o engenheiro civil Fausto Matogrosso e o contador e fiscal de renda, Wanderley Ben Hur.
Os membros da comissão indicados por Nelsinho são Marcelo Amaral, Aurelice Pilatos e Ivan Jorge.
REAJUSTE
Ao apresentar o aumento na cobrança do imposto a partir do próximo exercício financeiro, Nelsinho destacou que a previsão orçamentária para o ano que vem é uma receita com o tributo de R$ 255.386.000.
Segundo ele, o percentual de correção do imposto, que representa 15% da receita, corresponde ao IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado-Especial) calculado pelo IBGE.
A variação leva em conta os dados do Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil) e o comportamento do mercado imobiliário ao longo de 2012.
Essa tendência, segundo o prefeito, ocasionou a correção de 5,31% sobre o valor venal dos terrenos e a manutenção do valor venal dos imóveis prediais, que é a base de cálculo do imposto.
O imposto de 2012, por exemplo, teve correção de 7,33% no valor venal dos terrenos e de 8,20% nas casas e apartamentos, chegando a 15,5% nos imóveis em regiões impactadas por obras de infraestrutura executadas.